quarta-feira, 17 de julho de 2013

RESENHA: SOME KIND OF MONSTER



Nota: 7,5

Some Kind Of Monster é um documentário lançado em 2004 pela banda norte americana Metallica. A princípio, o registro tinha a intenção de registrar o making of do álbum “St. Anger”, lançado em 2003, porém devido aos diversos problemas de relacionamento entre os integrantes da banda e so problemas individuais do mesmo, o filme acaba por relatar a fase mais turbulenta dos 30 anos de carreira da banda e como ela conseguiu ultrapassar as dificuldades e se manter na ativa.

As filmagens começam em 2001, apresentando logo de cara, como Lars Ulrich (bateria), Kirk Hammett (guitarra) e James Hetfield (vocais e guitarra) tiveram de lidar com a saída do baixista Jason Newsted, alegando cansaço e divergências pessoais. Esse era só o começo da tempestade.

Lars e James: Relação hostil
A banda promove o produtor do álbum: Bob Rock, a baixista provisório e segue com as gravações do que viria a se tornar o controverso álbum “St. Anger”. Durante as gravações, o empresário do grupo resolve contratar um terapeuta para ajudar nas questões internas, que segue com eles durante mais de um ano. Nota-se o quanto James e Lars têm personalidade forte e divergem sobre quase tudo, enquanto Kirk é mais contido e serve como um termômetro entre os dois egos gigantes. Diversas brigas soam infantis, com direito a James saindo batendo a porta do estúdio e Lars gritando ‘fuck’ na cara de seu ‘amigo’.

A coisa degringola quando James se interna num centro de reabilitação para tratamento do alcoolismo, travando todas as atividades relacionadas à produção do novo álbum e deixando incerto o futuro da banda. Nesse meio tempo, é mostrado um pouco mais da intimidade de Kirk (que surfa e tem uma fazenda) e Lars (que também vai a um rancho e tem uma conversa intensa com seu pai). James só voltaria um ano depois, porém sem deixar de lado as tretas com Lars, que se mostra ressentido pelo egoísmo de James só pensar em si mesmo. Ambos usam o termo controlador para definir um ao outro, as brigas são cansativas e extremamente desgastantes para todos os envolvidos.

Há também a passagem em que Lars se encontra com Dave Mustaine, do Megadeth, primeiro guitarrista do Metallica, que se mostra extremamente magoado pela forma como foi tratada sua saída da banda, Lars também demonstra algum arrependimento. Trata-se de um ponto importante, pois acaba por esclarecer uma das passagens mais polêmicas da história da banda.

Apesar de toda confusão, é interessante ver o processo de criação da banda, em conjunto no caso desse álbum. Como as ideias surgiam, como James tem insights brilhantes e como o trabalho do produtor é importante a dar o rumo correto às canções.

Por final, o documentário mostra a finalização do álbum e a contratação de um novo baixista: Robert Trujillo (que segue até hoje), que simboliza a estabilizada nos voos da banda. Juntamente vem a homenagem da Mtv, através do especial Icon, onde grandes nomes da música são homenageados e banda sai em turnê para divulgar seu trabalho.

O documentário é extenso e mostra como estar em uma banda de rock pode ser tão estressante como qualquer outro emprego, tendo em vista que diante do tamanho do grupo, muitas vezes a coisa é tratada como uma empresa, onde todos tem obrigações e abdicações, o que torna-se muito pesado diante de vaidades e egos inflados.

Além disso, serve pra mostrar uma outra face de nossos ídolos, vi um Lars chato e arrogante e um James agressivo e infantil em diversos momentos, demonstrando que os rockstars não são heróis, longe disso, possuem fraquezas e são extremamente vulneráveis.

Mesmo com todos os percalços os caras têm o mérito de terem seguido em frente, encarado os problemas de frente e seguem tocando e gravando até os dias de hoje e, ao que parece, a relação entre eles é boa, já que como dizem, depois da tempestade vem a bonança.


David Oaski


Nenhum comentário:

Postar um comentário