segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O MARAVILHOSO MUNDO DO SPOTIFY


O Spotify é um dos aplicativos de streaming de música que vem modificando a forma de consumo musical nos últimos anos ao lado do Deezer, Rdio, entre outras plataformas.

Lançado em 2008 por uma startup sueca, o serviço ascendeu ao longo dos anos, conquistando mercados e moldando seus pacotes, alcançando hoje em dia dezenas de países, totalizando em junho de 2015, 75 milhões de usuários ativos, sendo 20 milhões pagos, além de disponibilizar no seu acervo cerca de 30 milhões de músicas, com acordo firmado com as principais gravadoras e majors do mundo, como BBC, Sony, EMI, Warner, Universal, entre outras.

Eu já ouvia falar nessas plataformas a algum tempo, porém sem dar muita bola, precisou um amigo me indicar o serviço para que eu me dispusesse a instalar a versão grátis do aplicativo para Android no meu celular.

Já de cara me senti Rob Fleming, de “Alta Fidelidade” ao me deparar com inúmeras playlists de estilos variados e acervo gigante de álbuns de bandas grandes e alternativas, nacionais e gringas.
Em poucos dias resolvi testar a versão premium e rapidamente me convenci do quanto valia a pena a assinatura em definitivo. A mensalidade custa em torno de R$ 15,00 por mês e pode ser pago via cartão de crédito.

Em resumo, no Spotify você ouve a música que quiser das milhões disponíveis na biblioteca deles. Cada artista tem sua página e você pode escolher através do álbum, das faixas mais populares, além de acessar os artistas relacionados. Até aí você pode questionar qual a diferença de acessar por exemplo o Youtube ou mesmo de baixar as músicas de forma gratuita na Internet; aí é que está: no Spotify as músicas possuem qualidade sonora e o grande diferencial pra quem é apaixonado por música, você tem acesso à milhares de playlists de estilos e temas variados que são elaboradas pela própria equipe do Spotify ou por outros usuários, além é claro, de criar suas próprias playlists, exercício delicioso para quem estava com saudade de gravar em K7 aquela sequencia matadora de canções que marcaram sua vida.

Outra opção que se destaca no Spotify é a de permitir salvar as músicas para audição no modo off-line, ou seja, você pode baixar as músicas em arquivo cachê e ouvi-las mesmo sem estar conectado a uma rede estável de Internet.

Pra quem não conhece, essa é uma fita K7
Vale destacar que são raras as ausências que notei no serviço (e olha que eu fuço), temos apenas um álbum dos Beatles – que sabemos que os direitos autorais são problemáticos -, não temos nada do Planet Hemp e um ou outro álbum cujo o artista ou gravadora não tenha liberado para streaming, nesses casos notei ausência dos álbuns “Heathen Chemistry”, do Oasis e “Mondo Cane”, do Lulu Santos, por exemplo.

O Spotify surge numa fase de transição da indústria fonográfica e da forma do consumo por parte do público e, apesar de ainda ser tema de discussão a melhor forma de remunerar os artistas, pois parece que as gravadoras não repassam a verba que o Spotify disponibiliza para os artistas, ainda assim o CEO da empresa Daniel Ek chegou a afirmar que paga cerca de 2 bilhões de dólares anuais de direitos autorais. Apesar da quantia absurda alguns artistas ainda se opõem ao serviço, como a Taylor Swift, outros tem o pé atrás, como o Black Keys, outros apoiam totalmente a plataforma, caso do Dave Grohl, mas o fato é que todos parecem estar pisando em ovos, tentando entender a cara desse monstro cheio de entranhas modernosas que se tornou o mercado musical.

Seja como for, o serviço moderniza gestos de criar mixtapes e ir à loja de discos ou até mesmo ouvir rádio. Se você se permitir por a nostalgia de lado ficará maravilhado com a experiência de usar o Spotify.



David Oaski






quinta-feira, 29 de outubro de 2015

QUANDO OS MONSTROS DIZEM ADEUS (OU A DESPEDIDA DE STEVEN GERRARD E XAVI HERNANDEZ)


 Poucos jogadores de futebol demonstram amor a um clube nos dias atuais. Cansamos de ver jogadores jurando amor eterno a determinada camisa, mas pedindo milhões para renovarem contratos (um salve ao Robinho e ao Paolo Guerrero).

Caras como Steven Gerrard, do Liverpool e Xavi Hernandez, do Barcelona são raros exemplos de jogadores que construíram suas histórias, se tornaram referências e ídolos nos clubes de sua formação.

Além de apaixonados pelos times, ambos são craques e estão entre os melhores jogadores dessa geração surgida na metade final dos anos 90.
Xavi em ação pelo Barça

Gerrard ao longo de sua carreira atuou em todas as funções do meio campo: primeiro e segundo volante, meia aberto ou armador centralizado. Com sua técnica refinada se mostrou mestre nos passes, lançamentos e chutes de média e longa distância, além é claro, da sua liderança natural dentro e fora do campo.

Já Xavi, apesar de ter participado das conquistas do Barça com Ronaldinho Gaúcho, Samuel Eto’o e cia, sofreu muito com lesões na época, vindo a se firmar como maestro alguns anos depois num dos melhores times de todos os tempos ao lado de Lionel Messi e Andrés Iniesta. Foi também um dos principais jogadores da seleção espanhola campeã europeia em 2008 e mundial em 2010.

"Steve G." símbolo dos Reds
Esses dois monstros sagrados do futebol mundial deixaram seus times na última janela de transferências europeias. O meio campista inglês vai para a liga norte americana e o espanhol vai para o Qatar, pondo fim às trajetórias brilhantes de ambos pelos Reds e Barça e deixando as ligas inglesa, espanhola e a champions league um pouco mais tristes.

Caras como esses estão em extinção num futebol que cada vez mais cria superstars multimilionários que desconhecem as histórias e raízes dos clubes que defendem. Temos muitos moleques e poucos homens defendendo o esporte que tanto amamos. É triste não ver ninguém da nova geração com esse sentimento genuíno por seus clubes, parece que Rogério Ceni, Francesco Totti e Danielle De Rossi são os últimos dos moicanos, fazendo um parentesi para o futebol argentino, pois é recorrente jogadores experientes voltarem aos seus clubes de origem reduzindo drasticamente seus salários, nomes como Banega, Diego Milito, Maxi Rodrigues e Heinze não me deixam mentir.

Por mais que o futebol esteja gradativamente se tornando um business de entretenimento, caras como Steven Gerrard, Xavi e os argentinos nos fazem lembrar daquele esporte que mexia com nosso coração quando éramos crianças. E conforme o fim de carreira deles se aproxima, nos fazem lembrar de um esporte que aos poucos deixa de existir.


David Oaski