sexta-feira, 30 de agosto de 2013

É TUDO UMA PORCARIA


Funk, pagode, axé, sertanejo universitário e todas outras manias que a mídia propaga e grande parcela acéfala da população reproduz. É tudo uma porcaria. Uma merda. Uma bosta. Um lixo. E todos outros adjetivos pejorativos que possam ser empregados a esses excrementos musicais.

Chega de ser coerente, de tentar entender os porquês, de tentar não parecer arrogante. Não há como acreditar num país esclarecido e culto com esse tipo de música tocando na rádio. Não posso aceitar, principalmente, que gente de maior nível cultural aceite essas baladas só pra ir com a massa, pra não pagar de amargurado.

Não quero nem saber se os artistas ralam, dão duro, têm origem sofrida, venceram na vida ou não. A vida é dura pra todo mundo. A origem da maioria esmagadora da população é humilde, então foda-se a origem desses babacas.

É hora de notar o prejuízo não só cultural, mas também social. É preciso analisar o quanto da estagnação social que o país se encontra não tem a ver com esse lixo cultural que nos rodeia.

Entendam, não estou aqui exigindo que todos ouçam rock, heavy metal ou afins. Gosto é gosto, cada um tem o seu, mas já passou da hora das pessoas terem um pouco mais de discernimento antes de ouvir qualquer besteira.

Mais investimento na base da educação e menos burrice na música nacional.



David Oaski

terça-feira, 27 de agosto de 2013

RESENHA: SELVAGENS À PROCURA DE LEI - SELVAGENS À PROCURA DE LEI




Nota: 7,0

Todos aqueles que acompanham de perto o mundo do rock se depararam nos últimos dias em portais de notícias, blogs, rádios online e afins com o nome de uma banda cearense que acaba de lançar seu segundo e mais recente álbum: Selvagens À Procura de Lei.

Caras de garoto, música de gente grande
Por ter sido elogiada por grandes nomes do rock nacional, como Dinho Ouro-Preto, Tico Santa Cruz e Dado Villa Lobos, a banda vem sendo taxada como a nova salvadora da lavoura do rock nacional, carga de responsabilidade exagerada e desnecessária a ser carregada pelos rapazes.
O Selvagens À Procura de Lei (ou SAPDL) foi formado em 2009 e conta com Rafael Martins (vocalista e guitarrista), Gabriel Aragão (vocalista e guitarrista), Caio Evangelista (baixo) e Nicholas Mgalhães (bateria).

Desde o início a banda se diferencia por mesclar influências de rock com MPB, música nordestina e soul music. Mesmo que no início essas influências não transparecessem no som da banda, os caras fizeram questão de mostrar seu amadurecimento no aguardado lançamento de seu segundo álbum, o primeiro por uma grande gravadora, a Universal.

O álbum se desenvolve através de um teor melancólico, com melodias mais arrastadas como em “Despedida”, que possui ótimo auxílio nos vocais do baterista Nicholas e como o nome sugere narra o triste fim de um relacionamento. “Sr. Coronel” tem um quê de soul, com teclados permeando a melodia, assim como “Crescer Dói”. Já “Mar Fechado” é uma canção triste, que lembra o Los Hermanos e possui um belo solo de guitarra.   

A banda se mostra muito entrosada com as guitarras costurando o embrião das melodias, transpirando energia e disposição e a cozinha se mostra coesa, mostrando a química entre os integrantes. Tal química é vista transbordar nos pontos altos do play: “Massarrara”, que lembra o indie rock do começo dos anos 2000, de Strokes, Arctic Monkeys e Franz Ferdinand; “Brasileiro” é o primeiro single e possui ótimo riff e letra, que mostra algumas características não tão invejáveis de nosso país e nosso povo; “Enquanto Eu Passar Na Sua Rua” é uma balada pop com ótimo refrão, bela melodia e vocais entrelaçados em vários momentos; e “Mucambo Cafundó” traz à tona toda vocação pro rock dos nordestinos, cujo título se refere a um personagem e suas desventuras na terra natal da banda, Fortaleza.

A diversidade de influências e maturidade da banda ainda é notada na viajante e psicodélica melodia de “Juventude Solitude”, na melodia que remete à Weezer de “Carrossel Em Câmera Lenta” e na balada também repleta de teclados com visão otimista fechando o disco “O Amor Existe, Mas Não Querem Que Você Acredite”.

A banda em 2013
Tenho visto um misto de reações ao se analisar o álbum do SAPDL, de forma que muitos esperando ouvir a salvação do rock nacional se mostram frustrados. Outros exaltam a banda como tal e a compara à geração de ouro do rock feito no Brasil nos anos 80. A meu ver, as análises não podem ir nem tanto ao céu, nem tanto a terra, pois se trata de uma banda recente, que já se mostrou talentosa e promissora, porém por ainda estar no seu segundo lançamento, o primeiro com produção mais elaborada e que marca a mudança da banda para as grandes metrópoles, ainda tem muito a evoluir.

Particularmente, prefiro a pegada rock das canções dos cearenses em relação à melancolia, no entanto a banda tem o mérito de retratar de forma plausível e original os anseios e angústias do jovem brasileiro moderno, já que esse segmento é muito mal abordados pelos seus contemporâneos que narram dramas de Facebook e shopping center.

Mais uma grata surpresa no rock nacional, os garotos mostram que idade não tem nada a ver com qualidade das letras e melodias, pois fizeram um álbum honesto, com diversas mensagens marcantes, como cantam em “Brasileiro” (..Desculpe se a letra está ficando difícil é que eu nunca treinei para fazer comício...).

Que eles mantenham esse espírito e sigam levando rock n’ roll Brasil afora.


David Oaski


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

RESENHA: SEM DOR, SEM GANHO


 Nota: 7,5

Sem Dor, Sem Ganho (título original “Pain And Gain”) é um filme norte americano lançado neste ano, dirigido pelo aclamado Michael Bay, famoso por dirigir grandes filmes de ação, como “Bad Boys”, “Armageddon”, “Pearl Harbor” e “Transformers” e estrelado por Mark Whalberg, Dwayne ‘The Rock” Johnson, auxiliados por coadjuvantes do quilate de Anthony Mackie, Ed Harris e Tony Shalhoub.

Whalberg gigante na pele de Lugo
O filme é baseado em fatos reais e mostra a jornada alucinada, desonesta e criminosa de Daniel Lugo (Whalberg) em busca do sonho americano. Lugo é um instrutor de academia extremamente musculoso (Mark ganhou muito peso pra interpretar o personagem) e bem conceituado dentro de sua profissão, pois trabalha numa ótima academia, que ele ajudou a popularizar, além disso, tem boa reputação com a mulherada. Porém, Lugo queria mais, queria fortuna, riqueza e ostentação, e para isso estava disposto a transcender qualquer limite que existisse.

Ele então recruta seu amigo Adrian (Mackie), um pé rapado, que abusa dos esteroides e Paul (The Rock), um alcoólatra controlado que já havia estado preso e agora buscava a paz colaborando com uma igreja local. O plano é sequestrar um dos clientes da academia que Lugo dá aula que é um figurão do petróleo, Victor Kershaw (Tony Shalhoub) a ideia é mantê-lo refém e fazer com que o mesmo passe todos seus bens para Daniel.

O trio põe o plano em prática e sequestra o personagem, que faz jogo duro pra ceder às exigências da turma, sendo exposto a muita porrada e tortura por parte de Lugo e Adrian, de modo que desde o princípio Paul se mostra o elo mais fraco do grupo, criando um laço de amizade com o ignorante e estúpido refém.

Como criminosos, os três se mostram ótimos marombeiros, pois são inúmeras trapalhadas, no entanto, consegue cumprir o objetivo principal da empreitada que é tomar toda fortuna de Victor para si, porém deixam que a vítima sobreviva, após inúmeras tentativas frustradas de mata-lo.

Os três passam a viver, enfim, o sonho americano, com todo luxo, conforto e excessos que o mesmo proporciona. Lugo esbanja luxúria, Adrian se casa e Paul passa a consumir cada vez tragos maiores de cocaína. Paralelamente ao gozo do trio, Victor ainda bastante sequelado fisicamente das agressões que sofrera, contrata Ed Du Bois (Ed Harris), um policial aposentado que aceita investigar o caso, já que a polícia havia feito chacota da situação, já que ser sequestrado por um trio de marombeiros atrapalhados não é uma história muito factível.
A gangue tão musculosa quanto atrapalhada

Ed apura tudo e nota que os documentos estão todos de acordo e a única forma de captura-los seria aguardar eles agirem de novo, já que como ele mesmo fala “Eles irão sentir fome novamente”. Dito e feito, eles resolvem dessa vez aplicar um golpe num figurão da indústria pornô, com a proposta de um negócio inovador e promissor na Índia, porém o empresário se mostra mais esperto do que parece e apesar de gostar da proposta prefere analisar melhor o caso. Lugo fica inconformado e acaba matando o cara por acidente, derrubando algumas anilhas de peso na sua cabeça.

Além de matarem o empresário e sua esposa, descobrem que a senha passada estava incorreta. Em pouco tempo a polícia os captura e o trio é finalmente preso. Era o fim do sonho americano.

Durante o julgamento, Paul acaba cedendo e entrega detalhadamente todos os crimes da gangue, com condição de uma redução de pena, ele pega 15 anos. Já Lugo e Adrian não possuem a mesma sorte e são condenados à morte.

Considerações Finais

Assisti à Sem Dor, Sem Ganho, sem muita expectativa, pois devido ao título e aos vídeos divulgados pensei se tratar de um filme focado exclusivamente no submundo da musculação e academias, ledo engano, a academia é somente um pano de fundo para uma ótima história.

O filme tem ação, suspense e comédia em boas doses e ótimas atuações dos protagonistas e coadjuvantes e tem a história de cada personagem bem explicada, narrativas detalhadas que permitem entender como cada personagem pensa e o que os move. No final, o filme entra num ritmo alucinante, digno dos grandes filmes de ação.

Tomara que as pessoas tenham a curiosidade de assistir o filme, deixando de lado o preconceito como eu fiz, pois trata-se de um ótimo filme, baseado numa história real, que mostra o quanto à ganância pode dominar completamente um ser humano, como no caso de Daniel Lugo, que achava que por ter o físico que tinha, merecia mais da vida, como ele disse, ele se achava um realizador e mesmo que por um breve momento, conseguiu ter a vida que quis, porém pagou o preço das suas escolhas.



David Oaski

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A FANTÁSTICA FÁBRICA DE BURRICE


Senhoras e senhores, bem vindos à fábrica de burrice, queiram me acompanhar neste tour em que mostraremos todas as etapas e métodos para produção de uma nação de imbecis.

Aqui à esquerda podemos ver a produção da linha de babacas, onde todos ficam enjaulados, assistindo videoclipes de sertanejo universitário e pagode o dia todo, buscando cantarolar junto os versos ininteligíveis, assim como fazendo as coreografias bizarras.

À direita, vemos a produção de otários, em que as pessoas discutem sobre temas variados e desinteressantes, como novelas, musculação e fofocas alheias diversas.

Mais à frente, vemos os imbecis, aqueles que até têm um grau de instrução um pouco maior, mas sua arrogância é proporcional. Como podemos ver, eles estão envolvidos em discussões sem fim e sequer ouvem o que os outros têm a dizer, já que se consideram os donos da verdade.

Por final, notamos nosso principal produto, o brasileiro médio. Esse é o cidadão comum do nosso país, que se acha mais esperto que todos, que pratica diversos atos de corrupção, sob a alcunha do ‘jeitinho brasileiro’. Faz gato da tv a cabo, passa no sinal vermelho, suborna o guarda de trânsito, mas reclama dos políticos e magistrados que agem da mesma forma. Não gostam de ler, só se preocupam com suas próprias vidas, que se resumem à vadiagem, cerveja, futebol e carnaval.

Pois bem senhores, é dessa forma que colaboramos para que o país não avance, produzindo a maior parte dos burros e ignorantes do nosso país. É interessante para os governantes, pois uma nação que não se importa com as mazelas da sociedade é mais fácil de ser domada.

Nossa fábrica é próspera e a produção evolui anualmente.



David Oaski

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

RESENHA: THE WINERY DOGS - THE WINERY DOGS



Nota: 8,0

O The Winery Dogs é o chamado supergrupo, um power trio em que todos integrantes têm uma trajetória respeitável dentro do rock.

O baterista Mike Portnoy já tocou com Avenged Sevenfold, Adrenaline Mob e é um dos fundadores do Dream Theater; o guitarrista e vocalista Richie Kotzen tem uma estável carreira solo, além de ter tocado em bandas como Poison e Mr. Big; e o baixista Billy Sheehan já tocou nas bandas de apoio de David Lee Roth e Steve Vai.

Logo da banda
Apesar da ótima técnica e talento dos músicos, a desconfiança era equivalente à curiosidade da crítica e do público. Será que a química fluiria? A banda seria um projeto sério ou somente um caça níquel? A resposta veio com o excelente disco de estreia, homônimo, lançado em Julho deste ano. São 13 faixas de um hard rock feroz, com claras influências de classic rock e grunge.

De cara , me surpreendi positivamente com a semelhança do timbre de voz de Kotzen com o de Chris Cornell (Soundgarden e ex-Audioslave), só que com menos habilidade vocal e mais raivoso, de qualquer forma, uma ótima referência, já que o cantor de Seattle é um dos melhores, senão o melhor vocalista do rock na atualidade.

Kotzen - grande guitarrista e ótimo cantor
O disco segue a fórmula clássica e certeira do hard rock, com ótimos riffs, solos inspirados, refrãos marcantes e tudo de melhor que o estilo proporciona. Com uma variação entre peso, groove, agressividade e baladas, as melodias inevitavelmente orbitam pela onipresente guitarra de Kotzen, que faz um trabalho brilhante. A cozinha não fica atrás com os não menos talentosos e experientes Portnoy e Sheehan, que seguram a bronca para o frontman esmerilhar seu instrumento.

O álbum abre com a urgente e pesada “Elevate”, que dá o tom do que segue, com grandes canções de rock, como “We Are One”, que possui cadência mais arrastada, com destaque para o baixo de Billy; “The Other Side” é a prova de como o power trio está afiado e a química fluiu perfeitamente entre os membros, com andamento arrastado no final da canção, com belo solo de guitarra. “Not Hopeless” é um hard pesado, que lembra os melhores momentos do Velvet Revolver, com linhas de guitarra incríveis e outro ótimo solo; “One More Time” e “Criminal” têm a pegada do rock clássico dos anos 70, a primeira com ares de Deep Purple e Led Zeppelin e a segunda com um swing que lembra o Bad Company.
Power trio de primeira

“Six Feet Deeper” é outro hard robusto, em que tudo se encaixa perfeitamente: cozinha, guitarra, vocais, ainda restando espaço para Portnoy dar uma amostra da sua técnica e seu talento antes do solo de guitarra. Há também a enérgica e sensual “Desire”, que fecha o disco em grande estilo.

Os cachorros no palco
Um destaque a parte no álbum são as excelentes baladas, cinco faixas, todas com temas confessionais e melancólicos, especialidade de Richie. “I’m No Angel” é cantada num timbre mais ameno num dos pontos altos do disco, além de ter um belo solo (redundância no disco), é radiofônica. “You Saved Me” é outra linda canção, com letra que fala sobre como o amor de uma mulher pode salvar a vida de um cara. Já “Damaged” é outra balada melancólica que poderia estar num dos álbuns do Audioslave, com um belo solo, por outro lado, “The Dying” tem um clima pop, com teclados e violão, refrão marcante e voz rouca de Kotzen dando o clima que a canção pede. “Regret” possui pegada blues, com pianos e uma letra ressentida de um relacionamento que se perde.

Confesso que conhecia pouco do trabalho dos três integrantes do grupo, mas tive uma grata surpresa ao obter contato com o som do The Winery Dogs, pois além da postura comedida dos integrantes, sem maiores extravagâncias, eles fazem um som cru e potente, com energia equivalente aos grandes nomes do hard rock mundial.

Trata-se de um dos grandes álbuns lançados em 2013 até agora e certamente será presença carimbada nas listas de principais lançamentos do ano.


David Oaski






terça-feira, 13 de agosto de 2013

RESENHA: JUÍZO FINAL - SIDNEY SHELDON


Nota: 6,5

O Juízo Final, título original “The Doomsday Conspiracy”, é um livro de ficção científica lançado em 1991 e escrito pelo famoso autor Sidney Sheldon.

A história acompanha de perto o protagonista Robert Bellamy, um oficial da marinha americana que possui um passado brilhante nos serviços militares e é convocado para um serviço misterioso. Ele é chamado por um superior, o General Hilliard, que lhe explica a missão: ele deveria localizar testemunhas da queda de um balão meteorológico na Suiça, sem contar com nenhuma ajuda externa, em caráter extremamente sigiloso, porém sabia-se que a queda do balão havia ocorrido nos alpes suíços e as testemunhas faziam parte de uma excursão que passava pelo local no momento, ou seja, não havia nenhuma pista do nome ou paradeiro de qualquer uma das testemunhas.

O único suporte que é dado a Robert são vários passaportes, cartões de crédito e é apresentada a necessidade de apresentação de um relatório diário da parte de Robert para o general. Apesar de desconfiado e considerando a tarefa impossível de ser realizada, Bellamy aceita a missão e embarca para a Suiça.

O livro é dividido em duas partes: O Livro Um: Caçador e O Livro Dois: Caçado e ambos têm Robert como protagonista e figura central, cujo título retrata bem a situação em que ele se encontra.

Ao chegar à Suiça, já é possível notar toda a astúcia e habilidade de Robert em resolver situações complexas e enganar atendentes de diversos estabelecimentos sob diversos aspectos e pretextos. A primeira ideia de Bellamy é investigar a empresa de ônibus que realizou a excursão, cuja atendente logo de cara informa que não possui identificação dos passageiros, pois não é feito nenhum tipo de cadastro dos mesmos. Robert então levanta informação dos motoristas e chega ao condutor do veículo que ele procura. Com o pretexto de estar fazendo uma matéria para um jornal, ele consegue o endereço do funcionário.

Chegando à casa do motorista, Robert explica que pretende fazer uma matéria para um jornal e encanta o motorista com a possibilidade de reconhecimento e também ‘molha’ a mão do senhor em troca de algumas informações sobre a excursão em questão. O motorista lembra claramente do evento da queda, não de um balão, mas sim de uma nave espacial, com dois extraterrestres mortos a bordo. Tal fato causou grande estranheza à Robert que, obviamente não acreditou na versão do motorista e pediu que o mesmo o levasse até o local do incidente em troca de uma quantia razoável de dinheiro, o mesmo topou de cara.

Ambos chegaram em algum tempo ao local e se depararam com um balão meteorológico, fato que deixou o motorista totalmente confuso, pois ele e todas as testemunhas que estavam no ônibus haviam visto o disco voador. Robert então resolve averiguar o artefato e nota que por baixo do balão a grama encontra-se seca, fato muito estranho já que a Suíça havia recebido chuvas nos dias anteriores, incluindo da queda do referido balão, ou seja, a grama não poderia estar seca, no mínimo deveria estar úmida, o que desperta em Robert a desconfiança de que a cena poderia ter sido manipulada.
O célebre autor Sidney Sheldon

Robert questiona então o motorista se ele se lembrava de algum outro passageiro do ônibus e após algum esforço, o velho se lembra de um nome, o que já é suficiente para Robert que deixa o motorista em casa, agradecido pela colaboração. Após deixar a casa, Bellamy comunica o General Hilliard da primeira testemunha localizada, o general o parabeniza e logo após desligar a ligação com seu enviado, informa o paradeiro do motorista às forças militares da Suiça, que enviam uma mulher extremamente sensual para assassinar o velho após seduzi-lo numa carona na estrada.

Em meio a busca de Robert, acontecem diversos flashbacks, incluindo Robert com sua ex mulher Susan, extremamente linda e sensual, que conheceu durante uma guerra em que ficou extremamente ferido e a mesma, enfermeira, o tratou. O casamento durou anos, porém o trabalho de Bellamy fez com que os dois se distanciassem, fazendo com que a bela o trocasse por um milionário misterioso chamado Monte Banks; mostram também a batalha em que Robert se feriu antes de ser tratado por Susan, em que ele pilotava um avião junto com seu amigo, que morreu no conflito, filho de seu superior, Almirante Whithaker, por quem ele tinha criado um laço muito próximo após o ocorrido; recuperado dos ferimentos de guerra Bellamy após viajar por inúmeros países com Susan, numa lua de mel sem fim, é recrutado para o serviço secreto, o que viria a acabar com seu casamento; nos flashbacks também vemos a preocupação de diversos representantes políticos das principais nações do mundo com os avanços da investigação de Bellamy, o que mostra a real dimensão do que está ocorrendo.

A rotina que segue nos dias seguintes é a mesma, Robert seguindo o paradeiro das testemunhas uma a uma, colhendo pistas sobre os próximos passageiros, informando o general Hilliard e seguindo em viagem para encontrar o próximo a ser interrogado. As mesmas logo após reconhecimento eram assassinadas de diversas maneiras possíveis: explosões, estupros seguido de assassinato, entre outros. Robert não vira nenhuma morte, pois estava sempre em trânsito, apenas a explosão do apartamento de um fotógrafo, porém ele pensou ter sido uma fatalidade.

Após realizar um trabalho brilhante partindo do zero, Bellamy localiza a última testemunha, um fazendeiro húngaro que se encontrava endividado, o mesmo lembrava detalhadamente de todos os passageiros, ou seja, se Robert tivesse localizado ele antes teria economizado um tempo gigantesco. Porém o curioso era que o fazendeiro se lembrava de uma testemunha além do número informado pelo general. Robert achou aquela informação impossível e preferiu não informar o general, porém ficou com uma pulga atrás da orelha.

Em outros cortes de capítulos da história vemos que a dita testemunha é na verdade um dos aliens, que assumiu forma de uma bela mulher, buscando sobreviver no nosso meio e se comunicar com seus pares para tentar um resgate após a queda de sua nave. Para isso, ela precisava de um cristal que havia ficado com o fotógrafo e Robert havia tomado durante a investigação. Para sobreviver no nosso meio ela precisava de água, mas não água potável como a nossa, e sim água de chuva.

A necessidade da água de chuva é explicada em outro corte com estudos nos dois seres capturados que estavam na nave e se mostram como variações de vegetais, que se fortalecem ao serem regados e até se regeneram e não estavam tecnicamente mortos, mesmo com a queda da nave, pois suas terminações ainda respondiam a alguns estímulos, como ao serem regados.

Também nos é apresentada a Operação Juizo Final, que tem como figura central um tal de Janus, com colaboração ativa de Coronel Johnson e ambos lidam diretamente com os representantes das nações. O que os une é o fato de uns anos antes, extraterrestres terem se reunido com os principais governantes da Terra, ordenando que sejam encerradas a produção de petróleo, o fechamento de indústrias químicas, assim como fabricação de plástico, papel e afins e também que paremos de guerrear. Se todas essas ordens não fossem cumpridas, eles voltariam e nos fariam de escravos, começando uma nova civilização recomeçando do zero. Tal possibilidade foi rechaçada sob todos os aspectos pelos governantes ambiciosos, pois trariam incontáveis prejuízos financeiros aos seus fartos sistemas econômicos.

Após informar o general da última testemunha, Robert resolve averiguar com as outras testemunhas visitadas se os mesmos se lembram da moça lembrada pelo fazendeiro, porém ao tentar localizar todos os visitados, passando pelo motorista suíço, um banqueiro suíço, um lobista americano, um padre italiano, um cientista alemão, um fotógrafo, todos estavam mortos. Então Robert, atordoado, notou do que ele estava fazendo parte, de uma caçada e muito provavelmente, após localizar todas as testemunhas, ele próprio passaria a ser a caça. É quando começa a segunda parte do livro, o Livro Dois: O Caçado.

Robert Bellamy se encontra na Itália e consegue burlar facilmente as primeiras investidas dos seus perseguidores, que logo percebem que sozinhos não irão conseguir capturar um agente tão bem treinado e talentoso, então divulgam na mídia Robert como procurado altamente perigoso, mesmo correndo o risco de que ele divulgasse o que sabia, ele não possuía conhecimento sobre a Operação Juízo Final, tampouco sabia a fundo a profundidade do que estava envolvido.
Robert então recorre a um antigo amigo, um militar italiano, sendo que marca um encontro num restaurante, porém vigiando os arredores do local se depara com diversos agentes disfarçados a espera da sua captura. Robert é obrigado a seguir sua fuga, notando que não poderia confiar em ninguém.

A primeira medida de Bellamy para organizar sua fuga é arrumar uma mulher, pois se deslocar em casal denota menor suspeita. Robert então contrata uma prostituta, Píer, a quem convence a acompanha-lo por alguns dias com muito dinheiro e joias caras. Robert então pede que Píer faça três reservas em três hotéis diferentes para lançar uma cortina de fumaça nos que estão ao seu encalce.

Tal fato desperta suspeita em Píer, que começa a fazer perguntas sobre o que Robert planeja, e ela acaba descobrindo que ele está sendo procurado ao assistir de relance um noticiário, Robert jura a Pier que é inocente e a mesma parece acreditar e oferece abrigo na casa de sua família em Nápoles, condição que Robert aceita na hora, pois tornaria fácil a saída do país pelo porto. No entanto, ao parar num posto de gasolina, Píer entra em contato com a polícia e informa que sabe o paradeiro de Bellamy e aceita entrega-lo por uma recompensa.

Já na Itália o Coronel Johnson tomou frente da busca pelo procurado e também chegou à conclusão de que ele deveria estar com uma mulher e comanda uma operação para descoberta de qual prostituta ele havia pegado e acabam por chegar ao nome de Píer e seu endereço em Nápoles é localizado na sequência.

Dois homens invadem a casa de Píer, enquanto Robert havia saído, o mesmo liga para a casa e Píer dá a entender que há algo errado, garantindo outra fuga de Robert, que visa chegar à França, buscando abrigo em algum consulado ou embaixada, mas a polícia de Nápoles já estava no seu encalce.

Bellamy segue sua fuga pegando carona com um feirante, comprando diversas passagens de barcas, visando confundir seus perseguidores e despistando-os de todas formas possíveis, conseguindo fugir com um balão num evento para a Ilha de Elba, onde resolve aceitar a ajuda de sua ex-mulher Susan, que está no iate do seu atual marido Monte, passando pela região, o que ele não sabe é que Monte também está envolvido na Operação Juízo Final.

Logo ao embarcar no navio, Monte comunica aos seus superiores que o procurado encontra-se a bordo de seu iate, Robert porém não se sente à vontade com o capitão do iate, Simpson e confiando no seu instinto foge num navio de pesca.

Robert consegue chegar à França e contata um velho amigo (também agente militar) asiático que agora trabalhava na embaixada francesa. Ao se encontrar com o amigo, o mesmo finalmente explica a Robert no que ele está envolvido, elucidando a Operação Juízo Final, citando um tal de Janus como mentor do plano, que deixa Robert sem ação. Ao questionar como o amigo sabia de tudo aquilo, o mesmo se mostra outro traidor, pois é o braço asiático da operação, disparando um tiro no ombro de Robert que mesmo ferido consegue matar seu opositor.

Robert é socorrido por um médico, também antigo contato, e acaba desacordado, nos seus delírios é contatado pela extraterrestre sobrevivente, que pede que ele leve o cristal ao seu encontro, pra que ela possa voltar pra casa. Ao acordar, Robert assimila que ela é a testemunha que faltava e entra em contato com o Almirante Whithaker, o único em que ele podia confiar àquela altura. Ele solicita ao Almirante que entre em contato com o General Hilliard e informe que há mais uma testemunha e que exige um encontro com ele e Janus num hotel, além de um encontro com o presidente dos Estados Unidos. O Almirante prontamente atende aos pedidos de Bellamy que se encaminha, numa improvável escolta ao encontro do general e do assassino Janus.

Chegando ao local do encontro, surge o alienígena na figura da bela mulher, sendo que quando Robert entrega o cristal a ela, o contato com a nave mãe é feita e eles seguem a caminho da busca de sua conterrânea. Quando Hilliard chega, diz à Bellamy que está tudo acabado, Robert pede então para ver Janus e fica sem chão ao se deparar com o Almirante Whithaker, outro traidor que queria guerrear contra os extraterrestres.

A alienígena num flash entra na mente de todos e mostra um cenário desolador de um mundo em destruição, seguido de um mundo pós apocalíptico, em que os poucos sobreviventes voltam a viver em cavernas e garante que esse será o futuro deles se não mudarem seu modo de viver no planeta.

Janus não acredita no que vê e diz se tratar de um truque e ordena que matem a et e Bellamy, mesmo com o céu já repleto de naves alienígenas prontas para reagir. O que sucede é a surpresa de Coronel Johnson se revelando um agente infiltrado que visava acabar com a Operação Juízo Final e informa que está tudo acabado e todos os outros envolvidos já estão presos.

A bela alienígena então aconselha Robert a fazer de todo o possível para mudar os hábitos humanos, para que eles não tenham que voltar. Ela embarca de volta à nave, levando consigo Hilliard, Janus e Monte, prometendo devolvê-los em breve, pois eles precisavam aprender muito.

Bellamy sabia o que iria fazer pro resto da vida. Seguiria o conselho dos moradores de outro planeta. Faria um mundo melhor.

Considerações Finais

Esse é o primeiro livro que leio do celebrado autor Sidney Sheldon e achei uma ótima leitura, dinâmica, rápida e agradável.

Porém nem de longe trata-se de uma obra brilhante, com refinamentos de escrita ou soluções geniais, pelo contrário, o desenrolar da história e as diversas situações passadas pelo protagonista possuem resoluções bem singelas e muitas vezes, óbvias.

O livro mistura uma trama de ação, suspense e aventura, com boas doses de sensualidade, alguns mistérios, muitas traições e algumas surpresas, típicas de filmes com conspirações.

Pra quem estiver a fim de uma leitura leve e agradável, o livro é altamente recomendável. Agora se você está buscando algo marcante e inesquecível tente outro título.


David Oaski



segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A GENTE TÁ SEMPRE CORRENDO


A gente tá sempre correndo. Correndo atrás de dinheiro, de novas experiências, de relacionamentos, de novidades, de fugas da realidade, de emprego, de entretenimento, mas só corremos atrás do que realmente importa quando nos demos conta que toda essa corrida de nada vale.

É claro que é inviável viver parado no tempo, a não ser que você more numa comunidade hippie, mas até que ponto estamos acelerando nossas vidas a ponto de estarmos sempre ansiosos a espera do ato seguinte. Vale lembrar que tudo que temos é o agora e o futuro é sempre muito subjetivo.

Você estuda, trabalha, faz cursos, sai com a namorada, joga futebol, faz musculação, ajuda em casa e tudo isso é ótimo até certo ponto, mas o quanto estamos vivendo de verdade? Ao que parece estamos sempre num vai e vem cronometrado meio doido que nos emaranhou tanto que nem sabemos o porquê disso tudo.

Alguém vai dizer que a vida é assim mesmo, essa correria, uma busca constante do desconhecido a de certa forma concordo. Mas às vezes parar por alguns minutos, simplesmente parar, olhar uma paisagem ou ficar na cama totalmente desconectado pode ser excelente para corpo, mente e espírito.

Corra atrás, lute, mas dê umas pausas de vez em quando!



David Oaski

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

RESENHA: MARCADOS PARA MORRER



Nota: 8,0

Marcados Para Morrer (título original “End Of Watch”) é um filme norte americano lançado em 2012, que tem como personagens centrais, os policiais Bryan Taylor (Jake Gyllenhaal) e Mike Zavala (Michael Peña) que trabalham nas periferias de Los Angeles.

O filme mostra a rotina dos policiais atendendo as diversas ocorrências da cidade, apresentando também a vida pessoal da dupla e sua vida dentro da corporação. Taylor se apaixona e noiva, enquanto Mike é casado e está prestes a ter seu primeiro filho.

Tirando onda no carro
É muito interessante que Taylor resolve pôr uma câmera no bolso dele e de seu parceiro e, em algumas ocorrências, faz filmagens com uma câmera grande, sendo que tais filmagens são utilizadas no andamento do filme, o que traz uma dinâmica hardcore ao filme. São diversas passagens divertidas em diálogos entre os dois, com diversos palavrões, de modo bem real, porém também rolam papos mais sérios, como a preocupação de ambos com suas famílias, já que Taylor também engravida sua noiva Jannet (Anna Kendrick).

No decorrer das ocorrências, os policiais acabam por interceptar diversas vezes ações de uma gangue mexicana extremamente violenta. Eles param um carro e apreendem armas, invadem uma casa onde recolhem drogas e encontram pessoas enjauladas e encontram mais drogas em outra residência, dessa vez com corpos mutilados num quarto. Numa das ações, um policial federal chega a alertar Taylor e Zavala de que estão mexendo com gente grande e que os dois devia ‘baixar a bola’ pra não se darem mal. A partir daqui o texto contém Spoilers!

No entanto, a dupla é pega pela gangue numa emboscada dentro de um conjunto habitacional. Ao perseguirem um suspeito são recebidos a tiros dentro do ambiente. Porém, passam quase imunes correndo até um quarto (quase porque Taylor leva um tiro na mão). De dentro do quarto eles pedem reforço via telefone, já que o rádio não tinha sinal e então saem atirando e correndo pelo corredor. Os dois conseguem sair do conjunto, porém os mexicanos estão por toda parte e mesmo conseguindo matar mais alguns deles, Taylor é atingido e fica desacordado. Enquanto Mike lamenta pela eminente morte do amigo é alvejado pelas costas com diversos tiros. Finalmente o reforço chega e mata todos os membros da emboscada.

Aparentemente, ambos estão mortos, porém na cena seguinte vemos a cerimônia do enterro de Zavala, com Taylor ferido acompanhando tudo e profundamente emocionado. Ao tentar dizer alguma palavra na cerimônia repleta de policiais, ele só consegue dizer entre lágrimas: “Ele era meu irmão”.

A última cena mostra os dois conversando mais cedo no dia do tiroteio, com Mike contando uma história divertida de quando tentou tirar a virgindade de sua mulher, ambos choram de rir.

Considerações Finais
Botando pra foder na rua

O filme foi dirigido por David Ayer, que foi produtor do excelente e premiado “Dia de Treinamento” e mostra com fidelidade a realidade dos policias, tanto a parte divertida, quanto a vida sofrida que eles levam. Ao mostrar o lado familiar e afetivo dos policiais, ele traz a cena o lado humano dos caras que tem dias de cão em seus expedientes, coisa que já tinha sido feita aqui no Brasil com “Tropa de Elite” e seu Capitão Nascimento.

Outro destaque é o plano de filmagem, revezando os takes dos policiais com a filmagem normal, o filme tem momento que dão ares de documentário, mas sem tornar a história enfadonha.

A atuação dos protagonistas também é excelente e o roteiro é delicioso, pois as conversas não se alongam e são interessantes, te prendem a atenção.

“Marcados Para Morrer” não trata-se de apenas mais um filme policial, é uma obra completa, que vale muito a atenção dos apreciadores de filmes com boas histórias.


David Oaski