Tic, tac, tic, tac...Carlos está transando com sua namorada
Mara, seu coração está acelerado, ele está preste a explodir em prazer. O tempo
voa.
Um flash, um estalo.
Carlos está no seu trabalho. Tic...Tac...Tic...Tac, o relógio
teima em não andar, o tempo passa lento. Lhe surge a reflexão de como o tempo
passa devagar quando estamos fazendo algo que detestamos e passa mais do que
veloz quando fazemos algo que gostamos.
Ele se questiona se tem feito coisas divertidas o suficiente,
se podia se divertir mais, mas se conforma que a vida adulta é realmente chata
a maior parte do tempo e o máximo que se pode fazer é lutar para que hajam
momentos que façam valer todo o marasmo e morgação do dia-a-dia.
Carlos não é um junkie sedentário, mas também não deixa de se
divertir. Gosta de beber e come bem quando pode e sempre tem duas ou três gatas
na manga pra saciar seus desejos jovens e rebeldes do auge dos seus 25 anos.
Seu chefe é um cuzão e Carlos nunca teve um trampo do qual
gostasse, mas ele se conforma e não fica ressaltando isso o tempo todo, vai a
luta e faz o que tem que ser feito. Ao invés de ficar reclamando do destino ou
se fazendo de vítima das circunstâncias ele prefere estudar e tomar atitudes
que façam sua vida mudar.
Carlos é um cara legal. Tem anseios, medos, dúvidas, mas sabe
se divertir, apreciar a família, amigos e o principal, tem discernimento e não
sai igual um papagaio reproduzindo as crônicas que disseram que eram do Arnaldo
Jabor numa rede social.
Se toda sua geração fosse como ele, poderíamos ter muito mais
fé no futuro.
David Oaski
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