Nota: 10,0
Mal conhecia Bertioga antes do show. Apesar de ser uma cidade vizinha da minha, eu nunca tinha tido oportunidade, tampouco curiosidade em desbravar o município, porém com o anúncio do show dos Titãs como parte das festividades para comemoração do aniversário da cidade o momento chegara, eis um excelente motivo para conhecer uma cidade, um show de rock.
Mal conhecia Bertioga antes do show. Apesar de ser uma cidade vizinha da minha, eu nunca tinha tido oportunidade, tampouco curiosidade em desbravar o município, porém com o anúncio do show dos Titãs como parte das festividades para comemoração do aniversário da cidade o momento chegara, eis um excelente motivo para conhecer uma cidade, um show de rock.
Cheguei ao local – uma tenda para eventos montada ao lado da
praia – e o mestre de cerimônias já anunciou que em 10 minutos a banda subiria
ao palco. O público, ao contrário do que eu imaginava, não era composto por
adolescentes funkeiros, mas sim por um pessoal que conhecia a banda e estava lá
pra assistir ao concerto e não pra tumultuar.
A banda subiu ao palco por volta de 21:00h, abrindo o show
com o rock n’ roll “Lugar Nenhum”, já dando uma amostra do que veríamos nos
próximos 90 minutos. Chamou atenção logo de cara, que só estavam no palco os
Titãs, sem nenhum músico adicional, além do batera. Eram os quatro monstros no
palco: Paulo Miklos nos vocais e guitarra; Branco Melo nos vocais e
contrabaixo; Sérgio Britto no teclado, contrabaixo (em algumas canções que
Branco cantou) e vocais; e Tony Bellotto esmerilhando na guitarra, havia também
o músico contratado que tem tocado bateria com a banda desde a saída de Charles
Gavin em 2010, Mário Fabre.
Os heróis no palco |
O repertório não podia ser melhor, aliás isso não é difícil
quando se trata de uma banda com 30 anos de carreira e uma infinidade de hinos
e canções que marcaram gerações. Rolaram as pauleiras clássicas: “AA UU”, “Polícia”,
“Bichos Escrotos”, “Diversão” e “Cabeça Dinossauro”; as também clássicas “Flores”,
“Comida”, “Televisão”, “Sonífera Ilha”, “Homem Primata” e a inesperada e
surpreendente (pelo menos pra mim) “O Pulso”, com Branco Melo nos vocais;
rolaram também as baladas inconfundíveis e cantadas em uníssono por todos: “Epitáfio”,
“Pra Dizer Adeus” e “É Preciso Saber Viver”; rolou também uma “homenagem” aos
políticos através da recente “Vossa Excelência”. Teve espaço até para o
lançamento mundial – palavras de Paulo Miklos – de três músicas novas “Terra a
Vista” (Branco Melo canta), “Fala Renata” (Sérgio Britto canta) e “Baião de
Dois” (nome provisório – Paulo Miklos canta).
Vale ressaltar a energia e vitalidade da banda, confesso que
por ser um show aberto e gratuito, eles poderiam tocar no ‘automático’, mas não
foi o que se viu, os caras pareciam garotos e todos interagiam com a plateia e
mostraram que a paixão em subir a um palco continua a mesma.
Apesar da decepção que foi o disco mais recente da banda, “Sacos
Plásticos”, de 2009, os Titãs mostraram que a chama continua acesa, sendo que
as três canções novas tocadas remetem ao peso que a banda tinha em boa parte
dos anos 80 e primeira metade da década de 90, talvez estejam contaminados e
energizados pela turnê comemorativa do “Cabeça Dinossauro” que rodou o país.
Enfim, o Titãs é, sem dúvida, uma das três maiores bandas do
Brasil e na minha opinião, a que possui um repertório mais interessante, pois
tratam-se de vários compositores trabalhando em conjunto, o que proporciona uma
diversidade criativa e sonora única. Quanto ao show, foi emocionante para um fã
como eu, ver pela primeira vez os caras de perto, tocando com aquela energia.
Longa vida aos Titãs!
David Oaski
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