Pra começar, ao contrário da maioria esmagadora da minha
geração não sou viciado em carros. Não sei os nomes, modelos ou marcas da hora,
tampouco os lançamentos e últimas novidades do mundo automotivo. Sei o básico,
o nome dos carros mais conhecidos, principais marcas e o pouco que vejo em
noticiários.
Nunca entendi essa relação que muitos fazem entre ser uma
pessoa bem sucedida com ter um carro ultra moderno. É óbvio que todos querem
conforto e um carro com bons recursos é algo que todos que tem boas condições
almejam ter, mas relacionar diretamente um bem material como se fosse a maior
realização pessoal possível é de uma babaquice sem tamanho.
Creio que esse comportamento é estimulado pelos comerciais
das grandes companhias, que são sempre veiculados em horários nobres, de alta
audiência. Essas propagandas põem sempre homens de personalidade forte,
seguros, conquistadores, bonitos, ricos e elegantes, de forma como se ele fosse
tudo isso devido ao seu potente carro.
É nessas horas que vemos como a população brasileira (talvez
mundial?) anda alienada e como as pessoas são influenciadas por qualquer
porcaria. Não vou generalizar também e dizer que não há exceções nos comercias,
algumas vezes vemos publicidades realmente criativas como aquela do ‘homem
peixe’, mas de um modo geral a maioria usa esse estereótipo do carro como
degrau máximo do sucesso.
Sucesso, ao meu ver, é ser lúcido, se sentir bem consigo
mesmo, se divertir e fazer tudo aquilo que lhe traz boas sensações, lembrando
sempre que a vida é curta e não levamos dinheiro ou bens materiais dessa
passagem.
Infelizmente aos olhos da sociedade, essa visão talvez faça
sentido, mas aos meus não faz nenhum. Como dizem que toda unanimidade é burra,
fico mais tranquilo.
David Oaski
Nenhum comentário:
Postar um comentário