Matt estava no saloon, aquele que ele sempre ficava ao sul da
cidade. Lá ficavam seus conhecidos – já que não era tão próximo de alguém que
pudesse chamar de amigo. Lá tocava um power trio afiadíssimo, que reproduzia
com paixão classic rock e blues, então a qualquer hora da noite que se entrasse
no botequim se ouviria Stones, B. B. King, Creedence, Lynyrd Skynyrd ou
Beatles. Matt costumava beber whisky, mas não era nenhum fresco, bebia qualquer
coisa, desde que fosse destilada.
Matt era casado, pai de dois filhos pequenos e possuía um
emprego entediante. O retrato do cidadão padrão, e, como a maioria dos que se
enquadram nesse perfil, não era feliz. Sentia que faltava algo em sua vida,
algo que trouxesse sentido a tanta luta. Aos 30 anos, já não dormia tão bem e
começava a sentir o reflexo do tempo em seus músculos e, consequentemente em
seus movimentos.
Já não tinha tanto desejo por sua esposa e a vida era um
grande clichê. Uma rotina sem fim como num melodrama televisivo voltado para alienação.
Só que dentro de sua própria vida? Aquilo atormentava Matt profundamente. Em
que momento ele havia errado o caminho? Qual escolha ele devia ter feito
diferente? Era tarde demais pra começar de novo? A vida é assim mesmo e o que
resta é se acostumar? Enfim, dúvidas da vida adulta.
Um belo dia, Matt estava no saloon, fazendo o de sempre,
curtindo um som, tomando um pileque, o usual. Quando entra uma dama de vestido
vermelho no lugar, causando reações em absolutamente todos os homens. Primeiro
porque a mulher era exuberante, segundo porque presenças femininas eram
raríssimas no bar.
A dama parecia totalmente segura de si, pediu ao garçom um
gim com tônica, enquanto analisava o lugar sem encarar nenhum dos homens que já
salivavam de desejo por seu corpo sensual. Também não fazia o tipo vulgar, era
do tipo que sabe que é sexy, sem apelar, na dose certa.
Matt, como todos outros marmanjos não conseguia evitar olhar
a mulher, ela tinha longos cabelos lisos e morenos, pele branca, olhos que
pareciam jabuticabas, lábios levemente acentuados, linda pele, seios médios e
parecia estar em forma, era realmente sensual, como uma versão mais madura da
Anne Hathaway.
Durante cerca de meia hora, ela tomou sua bebida, olhou as
unhas, observou o que estava passando na TV, folheou uma revista que havia
tirado da bolsa, mas em nenhum momento demonstrou alguma atenção a qualquer
outro ser humano dentro do bar, além do garçom. Após pagar a conta e se
retirar, o atendente traz a Matt um guardanapo, dizendo que havia sido solicitado
que lhe entregasse. Ao pegar o objeto, ele totalmente perplexo lê os seguintes
dizeres: “Me encontre no estacionamento”.
Matt não era nenhum galã de cinema, mas ainda era um cara bem
apessoado, tinha as costas largas, não tinha barriga e um rosto que lembrava
traços europeus, mas daí a chamar a atenção de uma mulher tão sexy já era
demais para o seu entendimento. Após um longo dilema interno, ele chega à
conclusão que não há nada a perder e vai até o estacionamento do lugar.
Lá chegando a bela mulher está dentro do seu veículo e o
convida para entrar. Eles iniciam uma conversa:
- Vi você lá no bar. Me chamo Sheila.
- Impossível não te notar. Sou Matt.
- Lhe vi tomando um whisky.
- Engraçado. Não reparei que você tivesse olhando para ninguém.
- Sou muito discreta.
- Pude notar. Você é da cidade ou está de passagem?
- Estou de passagem. Uma viajem a negócios. Sou modelo e
resolvi fazer uma parada.
- E durante a parada resolveu chamar um estranho para o seu
carro?
- Você não é mais estranho. Certo, Matt?
- Não sou?
- Não. – disse ela acariciando o pau de Matt, que já estava
duro.
Nesse exato momento foi como se tivesse sido virada uma chave
dentro do rapaz. Toda racionalidade tinha dado lugar a um instinto selvagem e
tudo que ele conseguia visualizar era aquela mulher maravilhosa lhe chupando e
espalhando seu desejo sobre ela.
Num movimento preciso, Sheila sacou a rola de Matt das calças
e a abocanhou com apetite de quem sabe o que faz. O chupava como ele nunca
havia sido chupado antes. Com movimentos circulares da língua sobre a glande e
segurando na base do cacete duro. Engolindo o membro e vez em quando lambendo
os ovos, de tempos em tempos, olhando nos olhos do rapaz com aquela cara de
safada que toda mulher devia fazer a um homem nessa situação.
Matt segurava com força o cabelo da moça e se esforçava para
não gozar, quando a moça levantou, afastou o vestido e, mostrando que estava
sem calcinha, sentou sem hesitar em Matt, sussurrando suavemente em seu ouvido
frases do tipo:
- Me come gostoso, come. Me faz gozar. Gosta da minha
bocetinha molhada, gosta? Isso, fode gostoso meu grelo. Que pau gostoso!
Antes que pudesse pensar em responder Matt explodiu num gozo
absurdo, como nunca havia acontecido em sua vida. Ele emanava prazer por todos
os poros. Não só prazer físico, mas também psicológico por ter fugido
completamente da rotina de merda que sua vida tinha se transformado.
Ainda dentro do carro ele quis saber mais sobre a misteriosa
mulher, mas ela se recompôs rapidamente, pediu que ele saísse do carro com
gentileza e foi embora para nunca mais.
Matt estava catatônico, mal sabia o que pensar, mas aquela
loucura o fez admirar muito aquela mulher. Que tipo de pessoa tem coragem pra
fazer uma loucura dessas? Definitivamente são poucas, ele que o diga.
Matt sentiu a chama da vida. Um chamado para a vida de
verdade. E Sheila, bom, pouco se sabe sobre ela.
David Oaski
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