O ano de 2012 foi mais um grande ano para a música, com
grandes lançamentos de novos artistas e dinossauros consagrados há várias
décadas. Já estava com vontade de fazer um exercício de listar os melhores
álbuns dentre os quais tive a oportunidade de ouvir, então um pedido do
Whiplash.net acionou o gatilho de vez para elaborar a lista.
Tivemos excelentes shows gringos e nacionais, consolidando de
vez o Brasil na rota dos grandes shows e festivais, além de bons álbuns em
quase todos os meses.
Dentre os lançamentos, listo o top 10 do Ideologia Rock:
10 – “Boys & Girls”
– Alabama Shakes
Disco de estreia dessa excelente banda norte americana, que
possui fortes influências de soul music e uma vocalista absolutamente
fantástica. Canções fortes, que cheiram à nostalgia, gravadas em 2012.
9 – “Apocalyptic Love”
– Slash
Hard rock potente e vigoroso, sem deixar de lado as
tradicionais baladas características do estilo. O antigo guitarrista do Guns N’
Roses chama o vocalista Myles Kennedy, do Alter Bridge, que deixa um pouco a
desejar devido a seu timbre cansativo, fosse um outro vocalista, o disco
subiria na lista. Apesar disso, “One Last Thrill” e “Hard &
Fast” são fantásticas.
8 – “Lex Hives” – The
Hives
Essa banda sueca é tão boa ou melhor que seus conterrâneos do
eixo Estados Unidos / Inglaterra do Strokes e Arctic Monkeys. Nesse álbum mantém
a pegada de canções rápidas, com boa dose de irreverência e sem muita frescura.
Direto ao ponto.
7 – “Blunderbuss” –
Jack White
Um dos caras mais carismáticos do rock atual, além de um dos
melhores guitarristas de sua geração, White demonstrou em seu primeiro álbum
solo que está maduro artisticamente e pronto para flutuar entre suas diversas
influências. Ótimo disco.
6 – “The 2nd Law” –
Muse
Pretensioso, grandioso e até megalomaníaco em alguns
momentos. Que bom que ainda tem uma banda talentosa tentando manter a chama do
rock de arena acesa. Teclados, sintetizadores, dubsteps e excelentes guitarras
permeiam as canções do último álbum do Muse. O inesperado funk “Panic Station”
é uma das melhores canções do ano.
5 – “Battle Born” – The
Killers
Canções pop na medida certa, que grudam na mente, mas sem
forçar a barra. Grande retorno dos assassinos.
4 – “Harakiri” – Serj
Tankian
Álbum solo de Serj Tankian que poderia facilmente ser o sexto
álbum do System of a Down, tanto pela melodia vocal, harmonias e até backing
vocals que lembram os de Daron Malakian.
3 – “Monster” – Kiss
De volta às origens, os caras fizeram um discaço de hard rock
cru e direto ao ponto, que parece ter saído da década de 70 e caído nesse
ano. All for the
love of rock n’ roll.
2 – “House of Gold & Bones Part 1” – Stone Sour
O ótimo vocalist a Corey Taylor lançou com sua banda ao
apagar das luzes, no final de Novembro, um dos melhores discos do ano. Hard
rock, metal e baladas num álbum forte e consistente.
1 – “King Animal” –
Soundgarden
A banda retornou pra mostrar que ainda é muito mais que
relevante, com um vigor absurdo e canções poderosas. Cornell é um dos melhores
cantores da história do rock e Tahiyl toca muita guitarra. Álbum do ano.
Quase entraram na lista, “Yellow & Green”, do Baroness e
“Resolution”, do Lamb of God. E, além desses, destacaram-se também os
lançamentos nacionais da ótima Tulipa Ruiz, com “Tudo Tanto” e do sempre sagaz
Zeca Baleiro, com “O Disco do Ano”.
Outro ponto altamente positivo do ano, foi o anúncio das
novas edições dos dois principais festivais realizados no país, o Lollapalooza
e o Rock in Rio, com atrações do naipe do Pearl Jam, Queens of the Stone Age,
The Killers e The Black Keys (no Lolla) e Bruce Springsteen, Metallica, Iron
Maiden, Muse e Alice in Chains (no RiR).
Em contraponto, os destaques negativos foram: o cancelado do
festival Metal Open Air, no Maranhão, que anunciou um line up dos sonhos para
qualquer fã de metal e terminou de forma constrangedora, com a maioria das
atrações cancelando as apresentações, devido a falta de estrutura da promotora do
evento. Além dessa bizarrice, outro fato lamentável foi a reação dos fãs
conservadores de metal quando do anúncio do Avenged Sevenfold na mesma noite do
Iron Maiden no Rock in Rio 2013, com uma enxurrada de preconceito e babaquice,
mostrando o quanto a maioria esmagadora do público de metal no Brasil é
ultrapassado e idiota.
Não posso fechar a retrospectiva, sem fazer menções honrosas
ao lançamento do Led Zeppelin, “Celebration Day”, lançado em CD duplo, DVD e
Blu Ray, traz uma justa recompensa aos fãs que esperaram décadas por um
registro ao vivo de qualidade do quarteto britânico.
Enfim, 2012 foi um grande ano para música, ao contrário do
que pensam aqueles alienados que acham que tudo de bom ficou na década de 60 e
70, já que qualquer um com um certo grau de discernimento consegue apreciar a
música atual, tanto quanto a antiga, afinal música não tem idade.
Não fique esperando a música cair do céu pesquise um pouco,
conheça novos álbuns, novos sons, sem preconceito e verá que a música está em
alta, e existem diversos artistas talentosos lançando bom material ao redor do
planeta.
David Oaski
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