quarta-feira, 18 de julho de 2012

O REAL PODER DO VOTO



A rotina é a mesma, se você tem mais de 18 anos, de dois em dois anos, você é obrigado a votar. Vai a escola no domingo, pega uma fila básica e escolhe seus candidatos, numa eleição prefeito e vereadores e na outra, presidente, deputados, senadores e governadores.

Cresci ouvindo falar e concordando que a única forma de mudarmos o país era através do voto, que era nossa arma mais forte, que só assim teríamos condições de sermos realmente o país da realidade e não o eterno país do futuro. Concordo que o voto é importante, um ato de cidadania, mas será que hoje em dia, com as eleições do formato que são, com os candidatos disponíveis e da forma como a população enxerga esse processo como um todo, tem tamanho poder?

Primeiramente, o voto é obrigatório, ao contrário de diversos países em que o voto é opcional, ou seja, vota quem quer. Se o indivíduo está realmente interessado em contribuir com seu voto, em participar ativamente da sociedade com sua escolha e realmente acredita nisso, ele vota. Senão, fica em casa ou vai fazer outros programas, simples assim. Dessa forma, só votariam quem realmente está comprometido e interessado em participar deste importante processo, ao invés de muitos que vão sem nem saber em quem estão votando ou o porquê do voto que está sendo dado. O voto opcional traria, a meu ver, mais consistência nos eleitos, pois com eleitores realmente interessados possivelmente melhoraríamos a qualidade dos nossos eleitos.

Além disso, como já disse anteriormente, os políticos do nosso país emergem de uma sociedade corrupta por natureza, em que o jeitinho brasileiro é exaltado e nossa malandragem tida como uma coisa ótima. Enraizado dessa forma, nosso sistema gera políticos corruptos de forma quase que automática, ao ponto de nos questionarmos, se no lugar deles, não faríamos o mesmo. Vale lembrar que os partidos políticos, coligações e afins possuem diversos esquemas, artimanhas e situações em que para um cara chegar ao estágio de candidato já se corrompeu em diversos âmbitos, sendo que, olhando dessa forma, na verdade não temos opção nenhuma na hora do voto. Claro, há (espero que haja) exceções.

Por outro lado, a população não dá a devida importância ao processo eleitoral, de modo que é fácil vermos votos comprados ou sem qualquer informação sobre candidatos, além de votos decididos em cima da hora, no caminho para a votação. Creio que para votar no melhor candidato para o nosso município, estado e país, devemos pesquisar, analisar projetos e até mesmo conhecer a história de vida do candidato. Agora sejamos sensatos, qual a porcentagem da população brasileira que faz isso?

Ressalto que não estou aqui fazendo um discurso pessimista ou desesperançoso, realista talvez. O fato é que muitas vezes, esse argumento do voto ser uma arma poderosíssima, por vezes transferindo a culpa dos problemas para os próprios cidadãos, nem sempre é válido, pois de certa forma, estamos algemados num sistema, em que não se sabe ao certo em quem acreditar.


Enfim, VOTE CONSCIENTE!!! Se é que isso é possível.




David Oaski

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