Nota: 8,0
Moneyball é
um filme americano, dirigido por Bennett Miler, baseado no livro de Michael
Lewis e estrelado por Brad Pitt e Jonah Hill, lançado em 2011. O enredo gira em torno da
história real de Billy Beane, então manager do time de beisebol Oakland
Athletics, que tenta montar um time competitivo com baixo orçamento para a
temporada de 2002.
O filme
inicia com Billy (Pitt), fazendo seguidas reuniões com uma espécie de conselho
técnico tentando resolver como substituiriam os principais jogadores da equipe
que estava de saída para equipes de maio porte. Tais reuniões são muito
superficiais, sendo que os conselheiros são todos velhos, muitos deles
conservadores e com conceitos ultrapassados, deixando Billy totalmente
frustrado.
Durante uma visita
a um outro clube em busca de negociação de jogadores, Billy conhece Peter Brand
(Jonah Hill), um jovem recém formado em economia em Yale, que possuía uma forma
de analisar beisebol totalmente nova e revolucionária através de cálculos e
estatísticas. Billy vê algo em relação ao garoto que lhe chama atenção, apesar
de ficar com o pé atrás, resolve contratar Peter.
Daí em
diante, Billy resolve seguir as dicas de Peter para substituir os atletas que
saíram e apresenta as sugestões de seu pupilo na reunião seguinte, causando
espanto nos velhos tradicionalistas, pois os jogadores selecionados eram
aqueles que outros times e a liga de um modo geral desprezavam, fosse devido à
lesões, problemas disciplinares, idade, etc. Apesar das ressalvas e até
discordância da maioria dos conselheiros, Billy banca sua decisão e decide
iniciar a temporada confiando piamente no modelo de trabalho do jovem Peter, o
que causa imensa desconfiança por parte dos outros membros da administração do
clube, já que o mesmo nunca havia jogado, além dos velhos não confiarem na
tecnologia.
A temporada
inicia de fato e o que todos previam de fato acontece, o time é um desastre,
perde vários jogos de forma humilhante, sem qualquer poder de reação e como era
de se esperar, os questionamentos em cima do trabalho de Billy e Peter passam a
ser enormes. Apesar da pressão, Billy não parece nem um pouco inclinado a modificar
a forma de trabalho, pois ao seu ver o risco era válido, já que o time possuía
baixo orçamento e essa era uma forma de tentar algo novo, que poderia ou não
dar certo.
Surge outro
problema, o técnico da equipe, Art Howe (Philip Seymour Hoffman), não concorda
em escalar o time da forma que Billy gostaria, dizendo que seria impossível
justificar tais alterações. A situação é muito complexa, pois Billy tem uma
forma de trabalho, na qual não se envolve com os jogadores, para poder ficar
neutro em qualquer tipo de situação, além do que o treinador possui total
autonomia para escalar o time que melhor entender.
No entanto
já saturado com o fraco desempenho da equipe, Billy vai ao vestiário e vê a
equipe em clima de festa, com jogadores dançando, som alto e tudo mais. Ele
surta, bate nos armários e quando os jogadores entram em silêncio, ele diz: “Esse
é o som da derrota”. Logo após ele resolve negociar alguns dos principais
jogadores da equipe, tendo os identificado como as laranjas podres do elenco,
além de forçar o técnico a escalar o time da maneira que ele considerava a
melhor.
É curioso
verificar no decorrer do filme a vida pessoal de Billy e a forma como ele
encara toda a pressão por parte de seus companheiros de administração do time e
da imprensa. A abordagem é bem humana, sendo que ele sofre junto com o time e
sequer consegue acompanhar qualquer partida ao vivo. Ele tem uma filhinha,
resultada de um casamento já encerrado, sendo que a mesma se mostra diversas
vezes preocupada com o emprego do pai, fato que o deixa ainda mais angustiado.
Vale lembrar que entre as cenas, ocorrem alguns flash backs que mostram a
carreira frustrada de Beane como jogador de beisebol, fato que ele parece não
ter superado até os dias atuais.
Após essas
mudanças, Billy resolve se envolver mais intimamente com o time, mudando um
pouco sua forma de trabalho, trazendo os jogadores para perto de si, apresentando
as estatísticas de Peter para cada jogador individualmente, mostrando ao mesmo
seus pontos fortes e o que ele poderia fazer para melhorar cada fundamento.
Daí como num
passe de mágica, o time começa a jogar bem e engata a maior sequência de
vitórias em todos os tempos, com 20 vitórias seguidas, sendo a última
emocionante, com Billy atendendo a um pedido de sua filha e indo assistir ao
jogo, em que os Athletics apesar de estarem ganhando com boa vantagem, cedem o
empate devido a grande pressão, mas conseguem ganhar no final, quebrando um
recorde na liga.
Apesar da
marca histórica, o time não conquista a liga, o que deixa Billy tremendamente
desapontado, porém seu trabalho é reconhecido e ele recebe uma proposta para treinar
o Red Sox, com direito ao dirigente lhe dizer que aqueles que não seguirem o
método do Oakland Athletics nos próximos anos estarão perdidos. Entretanto,
Billy não se mostra contente com a campanha e Peter lhe mostra um vídeo em um
rebatedor faz um home run, mas não nota e sai correndo pelas bases, até que
seus companheiros o alertam do tento que ele realizou. É uma analogia para que
Beane perceba o tamanho de sua conquista, genial por sinal.
Beane
resolve recusar a proposta milionária dos Red Sox, que ganhariam a liga alguns
anos depois seguindo a metodologia de Peter e Billy, sendo que Billy ainda
segue em busca de um título. Ele justifica a escolha dizendo que a única
escolha que ele havia feito por dinheiro, era a que ele se arrependia
monstruosamente, que era justamente ter escolhido ser jogador de beisebol ao invés
de estudar.
O filme é
muito bom e conta com grandes atuações, rendendo várias indicações ao Oscar,
mas o principal é que é uma ótima história, que apresenta um cara imponente,
Billy, que se impõe através de sua personalidade no trabalho, mas é humano e
possui problemas como todos nós, ou seja, é um herói da vida real. Grande filme.
Altamente recomendado.
David Oaski
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