Quem diria a vinte anos que a Internet tomaria a proporção
que tomou? Somente os mais visionários. Na geração dos meus pais, o mundo
sequer imaginava que pudesse haver um dia algo do tipo. Algo que conectasse as
pessoas tão facilmente, independente das distâncias, que houvesse um mecanismo
de buscas tão completo quanto o Google ou que os jornais perdessem espaço
considerável para os portais de notícia.
A Internet é realmente o grande advento dos últimos anos e se
tornou uma realidade a todas as gerações que estão por vir, pois já faz parte
da vida de praticamente todos os seres humanos com um mínimo de condições
financeiras e acesso cultural. Passou a ser um hábito diário conectar a
Internet, tanto na vida profissional, quanto na pessoal, já que você precisa
verificar os e-mails, fazer uma pesquisa de clientes, fazer um trabalho para
faculdade, ou atualizar suas redes sociais e deixar recados para os amigos.
Porém com toda essa liberdade e facilidades que a Internet
proporciona surge uma questão, você está desfrutando de tudo que pode e da melhor
maneira possível da rede? Essa questão vem à tona, pois a geração de
adolescentes que está em curso, e minha geração, o pessoal de vinte e poucos
anos, parece ser a mais desinteressada em qualquer coisa em todos os tempos.
Não temos preocupação com política, problemas sociais, nem sequer interesse
cultural, vide a onda do tchu, tcha, que invade as rádios e casas de shows.
Tenho a impressão de que as pessoas entram na Internet, olham
seus e-mails, e passam horas na frente do mural do Facebook. Muitas vezes
fazendo nada, apenas hipnotizados pelo azul do site de Mark Zuckerberg.
Bom, quem sou eu pra julgar o que cada um tem de ver na
Internet. Cada um é absolutamente livre pra fazer o que bem entender com o
tempo em que se mantém conectado a rede. Porém me parece um baita desperdício
de tempo, ficar horas e horas vendo só futilidades, tamanha a disponibilidade
de informações relevantes que se tem acesso livre o tempo todo. São inúmeros
blogs, portais de notícia e até mesmo o Wikipedia, de onde você pode tirar
informações relevantes para seus conhecimentos gerais e bagagem cultural.
Não estou aqui pregando que todos sejam intelectuais e
formadores de opinião, mas também não precisam ser tão estúpidos. É plenamente
possível, ler uma notícia entre uma atualizada e outra no Facebook e totalmente
saudável realizar uma pesquisa sobre determinado assunto ao invés de ficar
fofocando no MSN. Enfim, há espaço pra tudo.
A Internet, assim como as pessoas, está cheia de utilidades e
futilidades, todos temos interesse e curiosidade pelos dois, mas faça o
possível para a parcela do útil ser maior que a do fútil, pois senão suas
conversas e, consequentemente, sua personalidade ficará muito rasa, afinal tudo
que você consome ajuda a construir suas opiniões, sua forma de pensar e a forma
como se vê o mundo.
David Oaski
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