Eu devia ter uns 14 anos e desde sempre o rock era o ritmo
com o qual eu mais me sintonizava sabe? Aquela vibração que você simplesmente
sente, não achando palavras pra explicar, então mais ou menos por aí.
Porém um garoto de 14 anos não tem personalidade formada,
ainda está identificando seus gostos, conhecendo diversas coisas novas e muitas
vezes sendo influenciado pelo meio em que vive e pessoas que o cercam.
Nessa época eu estava numas de achar que rock era coisa de
velho, que ninguém da minha idade ouvia e que eu não ia comer ninguém ouvindo
aquela barulheira. Pois é, eu tentei me enganar.
Eu já tinha tido algumas fitas K-7 (sim, tenho 25 anos e
ainda peguei o final dessa fase) de bandas como Raimundos e Charlie Brown Jr. e
tinha um CD pirata do Acústico Mtv, do Capital Inicial, que ouvi até furar,
porém ainda ouvia alguns pagodes mela cueca e outras porcarias que tocavam na
rádio.
Tudo mudou quando comprei o CD com uma capa estranha, só o
formato do rosto de um cara cantando ao microfone e o nome abaixo: Nirvana
Unplugged 2. Eu já havia ouvido falar do Nirvana, óbvio, é um nome que está
embutido no imaginário pop de qualquer um que não tenha passado os últimos 20
anos em Júpiter, mas não conhecia o som de Kurt Cobain e sua trupe.
Até então eu tinha um preconceito com bandas que cantavam em
inglês, pois como iria curtir um som, cujo não sei o que o cantor está dizendo.
Ledo engando. O Nirvana me faria mudar totalmente minhas perspectivas, ouvindo
aquele CD diariamente durante muito tempo.
As músicas traziam urgência, rebeldia e revolta que me bateu
de um jeito único, que fez com que eu me identificasse e pensasse: “Esse cara
me entende” e na música dele talvez eu pudesse me encontrar.
O disco é um lançamento pirata, sendo que mesmo hoje em dia é
difícil achar informações dele no Google, até porque o disco não tem nada de
unplugged, pois trata-se de uma coletânea, abrindo com “Come As You Are”,
seguindo com “Smells Like Teen Spirit”, “Lithium” e por aí vai. Não é difícil
entender tamanho encanto, certo?
Esse é o disco da minha vida, que mudou os rumos do meu gosto
musical e quem sabe da minha vida como um todo, já que dizem que são as
pequenas escolhas que determinam nossos caminhos. Então só tenho a agradecer ao
Kurt Cobain, Krist Novoselic e Dave Grohl pelo bem que me fizeram.
E você, qual disco mais marcou sua vida?
David Oaski
Posso dizer que começamos a ouvir Nirvana com a mesma idade 14 pra 15 anos, hoje tenho 29 e sei BEM o que era ter que ouvir em K-7 (tenho algumas até hoje apesar de não ter como ouvi-las, rs).
ResponderExcluirO meu primeiro do Nirvana foi o mais que clássico Nevermind... aliás, aprendi a tocar bateria ouvindo esse álbum trilhares de vezes, e ele sem dúvida foi um dos que mudaram a minha vida, mas cheguei a ter a discografia inteira do Nirvana em CD em casa, e tive banda que tocava cover de algumas.
Além de Nirvana ouvia muito Legião Urbana, Radiohead, Raimundos, dentre outros como Janis Joplin, Raul Seixas... essa mistura me fez conhecer boa parte do rock clássico, abriu diversas outras possibilidades e hoje ouço outras vertentes do rock clássico 70's e metal, mas se eu não tivesse começado por estes citados, não teria o conhecimento em música que hoje possuo, devo muito à essa geração.
Nostalgia!
Abraços, David!
Também comecei a ouvir com 14 anos e tenho esse CD até hoje, é uma coletânea do Nirvana e já começa com Come as You Are é um CDzaço ótimo!
ResponderExcluirValeu, David!👍