Sempre que vejo alguém defendendo a pena de morte no Brasil acho
uma opinião completamente desmedida.
Não, não sou nenhum defensor exacerbado dos direitos humanos,
mas a questão não é essa.
O que passa sempre pela minha cabeça sempre é o quanto de
acesso à cultura, educação, saúde e segurança aquele criminoso teve na infância
e no decorrer de sua vida.
Fui elucidado pra esse aspecto da questão após assistir o
filme documentário “Ônibus 174”, dirigido pelo José Padilha, o mesmo de “Tropa
de Elite”. O filme relata o sequestro de um ônibus ocorrido no Rio de Janeiro,
em 2000, e relata também as origens do sequestrador, que quando criança havia
sobrevivido ao Massacre da Candelária, seu pai biológico havia abandonado a sua
mãe, e esta seria assassinada na sua frente. Ou seja, o cara era um monstro,
mas a omissão da sociedade fez de tudo para que ele se transformasse nesse
monstro. Você já parou pra pensar que poderia ser você ao ter essa sorte no
lugar dele?
Claro que entendo plenamente a dor de quem perde um parente
ou alguém próximo vítima da violência, num momento cego de raiva, tornam-se
incapazes de avaliar as coisas com clareza, mas me espanta pessoas de fora dar
essa solução barata para um problema social, cujos principais responsáveis são
nossas autoridades, nossos políticos e nós mesmo que reagimos com omissão a
tanto descaso e corrupção por parte dos que gerem nosso país.
Antes de discutirmos questões como pena de morte e aborto,
precisamos resolver todas essas questões que vem antes e são de suma
importância, para que aí sim, com TODOS brasileiros tendo acesso à educação
decente, tendo um bom discernimento cultural, com segurança, saúde e condições
dignas de sobrevivência, possamos pensar em punir crimes de forma mais radical.
A partir de agora, sempre que você for julgar um criminoso,
faça a reflexão sobre quem puxou o gatilho, pois efetivamente foi o bandido,
mas por trás dele haviam vários dedos omissos que podiam ter evitado aquele
tiro.
David Oaski
Discordo. Tem muitas pessoas que nascem pobres mas vão a luta e conseguem mudar sua história. A sociedade -eu, você, governo a igreja- tem parcela de culpa, mas se apoiar nisso pra justificar um assassinato ou algum outro crime é ridículo. Não sou a favor da pena de morte, ninguém tem o poder de tirar a vida do outro, porém, defendo punições severas de alguns crimes como por exemplo a prisão perpétua e a ressocialização para crimes leves.
ResponderExcluirAmigo anônimo, acho fácil falar isso do alto da nossa classe média, mas de dentro a realidade é bem diferente, sugiro a leitura do livro Inferno, da Patrícia Melo.
ResponderExcluirDe qualquer forma, respeito seu ponto de vista.
Obrigado pela visita e pelo comentário.
Abraço.
David