Não há como fugir desse clichê, Jimi Hendrix é o melhor
guitarrista de todos os tempos, considerado por dez entre dez guitarristas.
Você pode ter suas preferências, mas o norte americano, canhoto e negro
ultrapassou todos os limites que qualquer rótulo que pudesse ser
aplicado.
Nascido em Seattle, Jimi foi descoberto por empresários
ingleses, fato que fez com que ele primeiramente estourasse na terra da rainha,
chamando atenção desde suas primeiras atenções dos Beatles, de Eric Clapton,
Jeff Beck e toda safra de músicos geniais que habitavam a Inglaterra no final
dos anos 60 e começo dos 70.
Durante sua meteórica carreira, lançou três discos com sua
principal banda, The Jimi Hendrix Experience, ao lado do baixista Noel Reeding
e do baterista Mitch Mitchell, revolucionou a música, desde seu primeiro disco,
considerado por muitos, como sendo o melhor disco de estreia de todos os
tempos, o debut “Are You Experienced”, de 1967, já continha tudo, como se ele soubesse que
havia pouco tempo nesse plano. Clássicos como “Foxy Lady”, “Purple Haze”, “Hey
Joe” e “Fire” dão ao disco um tom de greatest hits, tornando sua audição
fascinante pra qualquer ser humano com mais de dois neurônios ativos. Ecoam
pelo álbum desde psicodelia ao funk, passando pelo soul e o rock da época,
tendo como cereja do bolo a onipresente guitarra do gênio, dando suingue a
tudo, abrilhantando cada acorde.
Somente seis meses depois, a banda lançaria o chapado “Axis:
Bold as Love”, esbanjando psicodelia, o álbum é o menos lembrado da curta
discografia de Jimi, porém contém as incríveis “I 6 Was 9”, “Up From The Skies”
e “Little Wing”, que são joias que muita banda com vasta discografia não
possui.
Já em 1968, eles lançariam o que seria o último registro em
estúdio lançado em vida por Hendrix, “Electric Ladyland” traz novamente Jimi
beirando a perfeição ao longo das dezesseis faixas desse disco duplo, que
possui o clássico “Voodoo Child”. Novamente se vê uma miscelânea sonora, num
caldeirão de influências apimentado pelo talento do guitarrista.
Após o final da The Jimi Hendrix Experience em 1969, Hendrix
ainda lançaria o disco ao vivo “Band of Gypsys”, dessa vez ao lado do baixista
Billy Cox e do baterista Buddy Miles. Ainda seriam lançados inúmeros álbuns
póstumos após a morte de Jimi.
Em setembro de 1970, Hendrix faleceu, com causas até hoje
misteriosas, sendo a possibilidade mais convincente a de que ele tenha se
engasgado com o próprio vômito após uma bebedeira infinita numa festa na noite
anterior. Hendrix teve uma vida desregrada – como quase todos artistas da sua
geração – com abusos de drogas, bebidas alcóolicas e remédios, o que acabou lhe
custando a vida, aos 27 anos de idade.
Apesar da vida breve e dos poucos lançamentos em vida, Jimi
Hendrix deixou um legado quase que incomparável na história não só do rock, mas
da música mundial, sendo um dos poucos que faz jus a alcunha de gênio. Dosando
na medida certa, virtuosismo, técnica e muito talento, deu o norte para todos
que empunharam o instrumento a seguir, virando uma espécie de guru adorado por
todos que apreciam o instrumento das seis cordas.
É quase impossível pensar em Jimi Hendrix e não se lembrar da
incrível cena do mesmo incendiando sua guitarra no festival Monterrey, em 1967
e ela traduz muito o que foi o músico: incendiário. Tocou fogo no mundo da
música e saiu fora, deixando o incêndio totalmente fora de controle.
David Oaski
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