Todos têm direito a vida. Sempre ouvi essa frase, mas hoje em
dia vejo que ela não é verdadeira. O correto seria todos tem direito a vida, se
tiverem dinheiro.
Experimente ficar doente e depender do SUS para ter um
tratamento eficaz, você estará fodido amigo. Infelizmente, mesmo com todos
impostos que pagamos e a ascensão econômica contínua do Brasil não possuímos um
sistema de saúde digno, pelo contrário. Os médicos não são qualificados, não há
consultas, os tratamentos são marcados para daqui a seis meses, instalações
precárias e outros absurdos são situações comuns que os enfermos enfrentam na
árdua missão de se tratar no país.
Infelizmente, assim como a educação, a saúde de qualidade é
restrita a quem tem condições financeiras de bancar um bom plano de saúde e
ressalto o ‘bom’, pois muitos tem uma cobertura que se equivale aos hospitais
públicos. Temos ótimos hospitais no Brasil e grandes profissionais, com ótima infraestrutura,
mas o preço de uma consulta é estratosférico e os planos que cobrem essas
consultas são tão caros quanto.
Volto à frase do início do texto, você tem direito à vida,
desde que tenha condições de bancar as melhores consultas, com os melhores
profissionais. É claro que existem casos irreversíveis em que não é possível
salvar o paciente independente das condições a ele oferecidas, porém creio que
todos deveriam ter acesso aos mesmos privilégios, até porque estamos falando de
vidas.
Saúde no Brasil é tratada como mercadoria, se você tem
dinheiro, tem a melhor, senão você deve se contentar com os restos, o grande
porém é que não estamos falando de uma peça de roupa ou de um carro, estamos
falando de saúde, de vidas. Imagina quantas pessoas perderam seu maior bem
diante de um sistema de saúde falho e precário.
Gostaria que nossos governantes dessem maior atenção a essa
questão que a meu ver é gravíssima, dando maior atenção aos hospitais públicos
e implementando maior regulamentação aos planos de saúde que agem como
estivessem acima do bem e do mal no Brasil.
Vivemos numa sociedade onde tudo tem seu preço, mas será que
é possível mensurar quanto vale uma vida?
David Oaski
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