sexta-feira, 21 de setembro de 2012

POR QUE O RAP NACIONAL É TÃO PROLÍFICO E O ROCK NÃO...



Emicida, Projota, Rashid, Criolo, Conecrew Diretoria, Flora Matos, Carol Conká, só pra ficar nos mais óbvios são sucessos ascendentes de um movimento de hip hop atual no Brasil. Alguns deles são muito talentosos, como Emicida e Criolo, outros parecem vir na esteira, mas só o tempo dirá quem realmente possui originalidade e autenticidade. O que me surge é a questão que dá título ao post: Por que o rap nacional é tão prolífico e o rock não.

Durante essa reflexão surgiram algumas possíveis respostas. Uma delas é de que chegou o momento do rap nacional roubar a banca mesmo, tomar sua parcela de espaço na mídia de forma definitiva. Já tivemos grandes representantes desse ritmo como Racionais, Rappin Hood, MV Bill e Xis, mas todos fizeram sucesso, porém de forma isolada, cada um num momento, não trazendo tanta representatividade para o estilo e sim para si próprios. Dessa vez, ao que parece, surge toda uma cena, simultaneamente, num momento mais do que iluminado para o estilo, com gente talentosa e que merece o reconhecimento que vem tendo.

Outra possibilidade é o fato de o rock ter perdido muito da relevância comercial que já teve, pois o espaço nas rádios, tvs e internet dado ao estilo é cada vez menor, cedendo espaço a nova MPB, aos sertanejos universitários, pagode mela cueca e o hip hop.

Além dessas, a possibilidade mais plausível que me ocorreu foi a de que o rap tomou toda transgressão característica do rock n’ roll para si, basta compararmos uma letra do NX Zero ou Fresno com uma do Emicida ou Criolo e veremos que as letras dos rappers são muito mais rock n’ roll do que as dos artistas que deveriam levantar a bandeira do rock.

Creio que há espaço pra tudo, tanto nas premiações, como tvs, rádios, festivais, etc. Todos os ritmos tem seus seguidores, suas virtudes e qualidades, mas é preciso que os artistas do rock percam essa síndrome de underground e tenham vontade de retornar o estilo aos grandes festivais e ao gosto popular, sem perder a pegada, é  claro.

Ainda acredito no rock nacional e existem bandas relevantes por aqui sim, mas isso é assunto pra um próximo artigo, enquanto isso assistimos o rap dominar o espaço que um dia foi do rock.



David Oaski

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