segunda-feira, 18 de junho de 2012

SOCIEDADE DISTORCIDA




Toda essa casca que envolve o que dizemos ser nossas vidas é tido de um modo geral, como sociedade. Desde escola, trabalho, reunião de amigos, reunião no condomínio, reunião de bairro, enfim, ao sairmos de casa, estamos direta ou indiretamente interagindo com a sociedade.

Quem gerencia essa sociedade são nossos políticos, governantes que nem sempre agem de boa fé com suas cidades, estados ou o país como um todo (no caso do presidente, ministros, etc), mas de uma forma ou de outra nós os elegemos e eles estão lá pra organizar o entorno da nossa vida social, ou seja, dar boas condições de transportes, fazer com que a economia se mantenha estável, para que assim as empresas contratem, nos garantindo empregos, nos oferecer um bom serviço de saúde pública, nos dar segurança para que possamos levar nossa vida de forma digna e tranquila. Em contrapartida, nós financiamos essa grande máquina através de impostos, contribuições, taxas e todas as outras nomenclaturas que se dê para o que nós pagamos.

Temos uma das maiores taxas tributárias do mundo, seja no emprego, seja no seu veículo, seja na sua casa, seja em qualquer produto industrializado que você compre, sempre irá existir uma porcentagem absurda de impostos no seu pagamento final. Ao me perguntar, por que tantos impostos, obtenho a resposta rapidamente, para poder gerir a sociedade e dar as melhores condições de vida possíveis ao cidadão. Bom, sabemos que não é o que acontece no nosso país, aqui os políticos são omissos, corruptos e malandros por natureza.

Meu ponto de vista nesse post não tem a ver com os políticos ou com imposto, essa introdução visa apenas embasar que o político reflete o povo, já que esse cara aparecendo no horário político emergiu da mesma sociedade a qual pertencemos.

Nossos valores estão cada vez mais deturpados e, muito por influência desse sistema todo que nos gere (ou seria fere), somos bombardeados diariamente, com informações tendenciosas, incitação ao consumismo, opiniões completamente preconceituosas, conceitos retrógrados, dogmas sem sentido e essa cultura brasileira do ‘jeitinho’, de sempre levar vantagem em tudo.

Tenho a impressão que as características sociais estão completamente invertidas de como deveriam ser, afinal cada vez mais o que é certo é visto como estranho, quando o contrário é tido como normal. Por exemplo, um cara que lê, é nerd, então é zuado; uma pessoa joga um lixo na lata do lixo e é fresca; alguém faz uma boa ação e alguém diz: “De que adianta a gente ajudar aqui embaixo se lá em cima os políticos roubam tudo”. Porra, o que uma coisa tem a ver com a outra?

Esse pensamento tem nos contaminado, pra qualquer coisa que se faça, a um contra argumento dizendo que é perda de tempo, de que não adianta. Se você fizer tal coisa, não adianta, se você acreditar, não adianta. Mas se você fizer igual a todo mundo, aí sim, tudo certo, segue essa zona fodida e todo mundo feliz no carnaval.

Por que esse pudor todo em fazer o bem? Por que esse medo de fazer o que é mais correto para se viver em grupo? Fodam-se os políticos, se eles não fazem a parte deles, façamos nós a nossa.

Voltemos a ter interesse em aprendizado, em evoluir como seres humanos, em tratar bem e respeitar as pessoas, viver menos em função do ter e mais em função do sentir, lembrar que o dinheiro pode reger nosso sistema e precisamos dele pra viver, mas caixão não tem gaveta e no céu ninguém tem conta corrente.





David Oaski




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