Toda essa casca que envolve o que dizemos ser nossas vidas é
tido de um modo geral, como sociedade. Desde escola, trabalho, reunião de
amigos, reunião no condomínio, reunião de bairro, enfim, ao sairmos de casa,
estamos direta ou indiretamente interagindo com a sociedade.
Quem gerencia essa sociedade são nossos políticos,
governantes que nem sempre agem de boa fé com suas cidades, estados ou o país
como um todo (no caso do presidente, ministros, etc), mas de uma forma ou de
outra nós os elegemos e eles estão lá pra organizar o entorno da nossa vida social,
ou seja, dar boas condições de transportes, fazer com que a economia se
mantenha estável, para que assim as empresas contratem, nos garantindo
empregos, nos oferecer um bom serviço de saúde pública, nos dar segurança para
que possamos levar nossa vida de forma digna e tranquila. Em contrapartida, nós
financiamos essa grande máquina através de impostos, contribuições, taxas e
todas as outras nomenclaturas que se dê para o que nós pagamos.
Temos uma das maiores taxas tributárias do mundo, seja no
emprego, seja no seu veículo, seja na sua casa, seja em qualquer produto
industrializado que você compre, sempre irá existir uma porcentagem absurda de
impostos no seu pagamento final. Ao me perguntar, por que tantos impostos,
obtenho a resposta rapidamente, para poder gerir a sociedade e dar as melhores
condições de vida possíveis ao cidadão. Bom, sabemos que não é o que acontece
no nosso país, aqui os políticos são omissos, corruptos e malandros por
natureza.
Meu ponto de vista nesse post não tem a ver com os políticos
ou com imposto, essa introdução visa apenas embasar que o político reflete o
povo, já que esse cara aparecendo no horário político emergiu da mesma
sociedade a qual pertencemos.
Nossos valores estão cada vez mais deturpados e, muito por
influência desse sistema todo que nos gere (ou seria fere), somos bombardeados
diariamente, com informações tendenciosas, incitação ao consumismo, opiniões
completamente preconceituosas, conceitos retrógrados, dogmas sem sentido e essa
cultura brasileira do ‘jeitinho’, de sempre levar vantagem em tudo.
Tenho a impressão que as características sociais estão
completamente invertidas de como deveriam ser, afinal cada vez mais o que é
certo é visto como estranho, quando o contrário é tido como normal. Por
exemplo, um cara que lê, é nerd, então é zuado; uma pessoa joga um lixo na lata
do lixo e é fresca; alguém faz uma boa ação e alguém diz: “De que adianta a
gente ajudar aqui embaixo se lá em cima os políticos roubam tudo”. Porra, o que
uma coisa tem a ver com a outra?
Esse pensamento tem nos contaminado, pra qualquer coisa que
se faça, a um contra argumento dizendo que é perda de tempo, de que não
adianta. Se você fizer tal coisa, não adianta, se você acreditar, não adianta.
Mas se você fizer igual a todo mundo, aí sim, tudo certo, segue essa zona
fodida e todo mundo feliz no carnaval.
Por que esse pudor todo em fazer o bem? Por que esse medo de
fazer o que é mais correto para se viver em grupo? Fodam-se os políticos, se
eles não fazem a parte deles, façamos nós a nossa.
Voltemos a ter interesse em aprendizado, em evoluir como
seres humanos, em tratar bem e respeitar as pessoas, viver menos em função do
ter e mais em função do sentir, lembrar que o dinheiro pode reger nosso sistema
e precisamos dele pra viver, mas caixão não tem gaveta e no céu ninguém tem
conta corrente.
David Oaski
Nenhum comentário:
Postar um comentário