Tudo começou
com o Eco 92 (ou Rio 92), vinte anos atrás, na cidade do Rio de Janeiro. Um
evento que reunia representantes das principais potências mundiais, voltado à
discussão de questões ambientais, de preservação, soluções para poluição e
degradação do meio ambiente.
Na época, a visão do futuro era catastrófica,
previa-se que ao chegarmos onde estamos, o mundo estaria definhando, num estado
de pré apocalipse. Várias soluções possíveis foram apresentadas e pouco
utilizadas, ou seja, foram traçados objetivos utópicos que seriam impossíveis
de serem alcançados com o modelo de sociedade em que vivemos.
Vinte anos
depois, surge o Rio + 20, uma nova reunião com o mesmo assunto em voga,
soluções ambientais, minimização das avarias à natureza e, claro, a palavra da
moda, sustentabilidade.
A intenção é
nobre, juntar representantes de diversos países, sendo muitos destes, potências
mundiais, em torno de uma causa importante para nosso presente e futuro. Porém,
na prática, não vemos soluções tão nobres assim. Palestras, estandes e
programas diversos num encontro desse porte são sempre interessantes, pois
indubitavelmente aprendemos sobre determinado assunto, no entanto, entre
aprender e agir em prol de resoluções de certos problemas há um passo grande a
ser dado. Além disso, ao que se acompanha nos noticiários, nem isso está
ocorrendo, sendo que durante as apresentações a bagunça é generalizada,
parecendo primário de colégio, com diplomatas dispersos e políticos desatentos,
ou seja, além de não adquirirem know how para busca de soluções para os
problemas em discussão, não tem nem boa vontade em aprender.
Este fato
prova que não são só nossos políticos que são omissos, a maioria dos
governantes parece não se importar com muita coisa, além de inflar seu próprio
ego com discursos recheados de palavras bonitas e frases de efeito, porém soam,
em sua maioria, como palavras ao vento, empregadas somente para garantir
atenção do ouvinte, se achando um grande intelectual com discursos estudados
superficialmente.
Além disso,
há um contraponto nessa discussão, por mais que sejam discutidas soluções
pensando no macro pelos representantes das nações, nós aqui embaixo, numa
análise do micro, também estamos longe de fazermos nossa parte. Não respeitamos
o meio ambiente, nem nos preocupamos com a posteridade, de modo que pouco
importa a coleta seletiva, jogamos o lixo em qualquer lugar, danem-se os
poluentes dos veículos. Ou seja, também somos bastante omissos nessa questão.
Enfim,
gostaria de acreditar que a Rio + 20 fosse uma convenção séria e que resolvesse
grande parte dos problemas ambientais que encaramos, mas é difícil, com tamanha
zona rolando no meio do evento, parece mais carnaval do que uma questão séria a
ser discutida.
Como li
outro dia, a natureza é indiferente e age de qualquer forma, vide enchentes,
furacões, tsunamis, terremotos, etc. Você já parou pra pensar que seu
comportamento, de certa forma, ajudou a causar tudo isso? Se não, de repente é
hora de pensar...
David Oaski
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