A banda começou as atividades no
início dos anos 90, tocando na escola, fazendo covers de metal, porém após
alguns anos resolveram investir em músicas próprias, seguindo a onda das bandas
que faziam sucesso na época, tais como Red Hot Chili Peppers, Faith No More e
Jane’s Addiction.
O primeiro álbum foi lançado em
1995, “Fungus Amongus”, traz um som alternativo, com amostras do que seria
nomeado na época, como ‘new metal’, porém as canções já demonstravam
principalmente o talento dos músicos e que a química da banda fluía de forma
brilhante.
Já no segundo álbum, “S.C.I.E.N.C.E.”,
lançado em 1997, já possui os primeiros sucessos radiofônicos e clipes com boa
veiculação na MTV, em ‘A certain shade of green’ e ‘New skin’. Este disco ainda
mostra um Incubus se alinhando, buscando sua identidade sonora, com diversas
experimentações, incluindo flertes com hip hop (a banda sempre teve um dj na
formação original), metal, música pop, características que marcariam
definitivamente a carreira da banda.
Mantendo o intervalo de dois anos
entre os lançamentos, é lançado em 1999, o disco que finalmente traria
reconhecimento mundial e grande sucesso ao Incubus, “Make Yourself” vendeu
milhões de cópias e mostrou uma banda com um som mais refinado e, de certa
forma, mais acessível, sem deixar de lado, as influências pesadas dos discos
anteriores. Faixas como ‘Stellar’, ‘Pardon me’ e, principalmente ‘Drive’, foram
executadas á exaustão e os videoclipes lideraram as paradas na MTV em todo o
mundo. As músicas citadas podem ser identificadas em várias trilhas sonoras de
games e realmente marcaram época, e podem, facilmente, ser citadas como
clássicos do fim da década de noventa.
Em 2001, a banda lança o quarto
álbum, mantendo o alto nível do álbum anterior, com o ótimo “Morning View”,
talvez o álbum mais cultuado na carreira da banda. Neste disco, o apelo pop
fica mais evidente, inclusive superando em vendas seu antecessor, marca difícil
de ser alcançada, já que após o sucesso de “Make Yourself” muitos questionavam
se a banda conseguiria manter o nível na qualidade das canções e nas vendas de
discos. Hits como ‘Wish you were here’, ‘Nice to know you’ e ‘Are you in’
mantiveram a banda na mídia, com altissima aceitação da banda diante do público
do rock. Nessa época, a banda se apresentava sempre com destaque no line-up dos
principais festivais da época, como Lolapalooza, Ozzfest, Coachela e outros.
Três anos depois, em 2004, o
grupo lança “A Crow Left of the Murder...”, disco que muda um pouco a estética
e estilo de som da banda em relação aos discos anteriores, o álbum traz um
lirismo mais denso em alguns momentos, como em ‘Priceless’ ou “Zee Deevel”,
além disso, o trabalho traz um amadurecimento da banda, com letras mais
trabalhadas e fortes questionamentos à sociedade moderna, como em ‘Talk shows
on mute’ e ‘Megalomaniac’, esta última tendo inclusive um belo videoclipe,
direcionado claramente ao governo Bush. O disco, apesar das mudanças, não deixa
de lado o pop radiofônico que marca a carreira da banda, isso pode ser visto em
menor número, mas em ‘Southern girl’ e Made for TV movie’ a banda deixa claro
que o pop nunca saiu da essência do som da banda. Em relação a vendagem, o
disco não foi tão bem quanto seus anteriores, até pelo mau momento vivido pela
indústria fonográfica no início da década de 2000.
Em 2006, a banda lança seu sexto
trabalho de estúdio, “Light Grenades” mantem o alto nível na sonoridade do
grupo, sempre diversificando as influências e mesclando as sonoridades,
novamente é visto um pouco de tudo no trabalho do grupo, com baladas, rock, new
metal e até uma certa psicodelia em alguns momentos. Um detalhe interessante é
que o álbum foi o primeiro da banda a atingir o nº 1 da Billboard, porém nem de
longe as vendas se comparam a “Make Yourself” e “Morning View”.
Após longo hiato, o maior da
carreira da banda (que sempre se mostrou muito ativa nos estúdios), em 2011, é
lançado “If Not Now, When?”, retorno em grande estilo da banda que não
apresenta nada de novo, o que mesmo assim, se tratando de Incubus, não é nem de
longe uma coisa ruim. Recheado de possíveis singles e com ótima aceitação do
público, com ótimas vendas no Japão e nos Estados Unidos, este é o último
registro em estúdio da banda até o momento.
Vale muito a pena conhecer a obra
dessa banda maravilhosa, pois pra quem ama e é apaixonado por música, o que
traz mais satisfação é ver como uma banda pode ser criativa, competente e
trazer um som honesto, trazendo ótimos discos, com pitada pop e diversidade
musical na medida certa. Tenho a impressão de que o tempo não tem sido muito
justo com o Incubus, pois a banda vem sendo pouco lembrada nos dias de hoje,
porém o trabalho deles é muito rico e interessante, seus álbuns sempre trazem
um algo mais, se mostrando indispensáveis pra quem gosta de boa música, sem
preconceitos ou amarras musicais.
David Tadeu Oaski
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