On The Road
é um livro lançado em 1957, escrito por Jack Kerouac, nos Estados Unidos, e é
considerado um clássico contemporâneo da literatura. A obra já foi traduzida no
Brasil como Pé Na Estrada, em algumas traduções e é um dos principais, senão a
principal referência da geração beat que habitava o cenário cultural americano
em meados dos anos 30 e 40.
O mais
interessante é que o livro se tornou um clássico, mesmo não tendo um enredo
genial ou um roteiro brilhante. O que chama a atenção é o estilo de escrita de
Kerouac que demonstra muita coesão e agilidade no seu texto, sempre retratando
de forma leal as angústias, os costumes e o estilo de vida de uma forma geral
daquela geração. Trata-se de um retrato fiel da época que viviam os americanos.
A história é
contada por Sal Paradise (alter ego do autor) e narra um período da vida do
mesmo em que ele viveu a maior parte de seus dias na estrada, muitas vezes de
carro, outras de ônibus, outras tantas de carona. Sempre acompanhado ou
visitando amigos – que são todos alter egos de pessoas que o autor realmente
conhecia – como Old Bull Lee, Terry, Carlo Marx, Ed Dunkel, Camile, Marilou,
Galatea e o principal deles, Dean Moriaty.
Sal mora com
uma tia e resolve realizar uma viagem, a primeira de algumas que ele viria a
realizar, e cai na estrada, pegando ônibus e pedindo carona, com pouco dinheiro
no bolso. Assim a trama se desenvolve, com aventuras, festas, devaneios e uma
escrita que é de cair o queixo. Entre uma passagem e outra, Kerouac deixa claro
que sua geração está em busca de algo, algo que nem eles mesmos sabem o que é,
talvez por isso tenham caído na estrada, para buscar algo que os completasse.
Sal é um
cara mais reservado, consciente, enquanto seu principal companheiro na maioria
de suas viagens, Dean, é voraz, intenso até o último fio de cabelo, sempre com
histórias sem muito nexo, devaneios tresloucados e acima de tudo um carisma
imenso, definitivamente um dos personagens mais marcantes da literatura
moderna.
Ao ler On
The Road, sentia um entusiasmo, uma vontade quase incontrolável de cair na
estrada e buscar as experiências de Sal, aprender mais sobre mim mesmo,
celebrar, refletir e viver. Fico pensando o que Sal (Jack) e sua turma estavam
procurando e cheguei a uma possibilidade bem factível, quando Kerouac escreveu
a história (um manuscrito muito maior do que o publicado) ainda não existia o
rock n’ roll, será que não era isso que eles procuravam, pois o estilo de vida
dos beats e o estilo de escrita dos mesmos é muito rock n’ roll, por mais que o
mesmo ainda não tivesse sido concebido à época. Suas aventuras eram regadas a
jazz, blues e bop, porém a trilha perfeita para estas histórias seria um belo
rock n’ roll.
Como diz Sal
ao encerrar o livro, penso em Dean Moriaty, como deve ser viver a vida dessa
forma no limite entre a loucura e a lucidez, sem se preocupar com nada, dando
ouvidos a ninguém e sendo julgado por isso o tempo inteiro, deve ser pesado,
mas Dean me mostrou a utopia do que chamamos de liberdade.
P.S.: A
história foi finalmente adaptada para o cinema em 2012, dirigido pelo
brasileiro Walter Salles, estrelado por Sam Riley, Garrett Hedlund, Kristen
Stewart e Kristen Durnst. Aguardemos que as telas consigam traduzir o que as
páginas significam a todos que tiveram o
prazer de desfrutar dessa obra prima eterna.
David Oaski
Puxa, um dos livros da minha vida! *-*
ResponderExcluirUma experiência muita intensa, tanto a vivida por Kerouac, quanto a dos leitores que leem esta obra.
Acho que não existe um bendito ser humano na face dessa terra que não tenha vontade de viajar pelos USA de leste a oeste após ler este livro. rs
Ou, para nós brasileiros, viajar "do Oiapoque ao Chuí". rs
Beijos.
Curti o teu blog e estou seguindo. ;)
Que honra Eni. Também curti muito o Dose Literária e to seguindo seus dois blogs. Podíamos fazer uma parceria hein?
ResponderExcluirBeijo!