Ver uma partida de tênis entre os dois tenistas deixou de ser uma coisa chata, rotineira, como outras partidas do esporte, pois simplesmente é incrível, brilhante, espetacular.
O suíço Roger Federer é elegante, técnico hábil, se fizéssemos uma analogia com outro esporte (o meu favorito) o futebol, diria que ele seria o Zidane do tênis, muita classe, não tanta raça, mas muito poder de decisão na base do talento.
Já o espanhol Rafael Nadal é raçudo, busca cada ponto, não desiste nunca, além óbvio de ter muito talento, ainda na analogia ele seria o Tevez, muita raça, não desiste de nenhuma bola e tudo isso aliado à habilidade natural trazida no sangue.
Quando os dois se encontram é digno de cinema, com direito a mudanças repentinas no rumo da história, suspense, drama, até fecharmos com a glória de um dos dois, normalmente de Nadal, que é definitivamente o maior algoz do suíço. É como se o espanhol fosse a kriptonita do suíço, pois como foi dito na ótima transmissão da ESPN Brasil, golpes de Federer que entram em qualquer outro tenista, até mesmo no badalado número dois do mundo Novak Djokovic, não entram no “touro” espanhol. Ele demonstra garra a cada bola e chega em bolas inacreditáveis, além de ser um monstro fisicamente, Nadal é também um monstro no que diz respeito a parte psicológica.
O tenista vindo das terras espanholas simplesmente parece não se desconcentrar, mesmo quando o suíço encaixa golpes no auge do seu talento, seu adversário não se desconcentra e vai buscar no ponto seguinte ou no máximo no game seguinte, dificilmente ele se desestabiliza. Tal fato parece ser o que mais desequilibra o suíço saber que sua bola mais precisa que nunca volta, com o espanhol volta e volta com muita qualidade.
Por isso, acho o talento do suíço quase incomparável, mas Nadal parece ser o antídoto para o veneno da terra dos bons chocolates, Federer mostra no rosto o abatimento e desânimo quando suas bolas não entram, perde o foco e não sabe o que fazer em alguns momentos, vide o início da partida quando ele abriu bons games a frente do espanhol e cedeu ao adversário inabalável do outro lado da rede.
Enfim, Nadal vs. Federer deixou de ser uma partida de tênis e virou um espetáculo, digno até de encantar àqueles que não apreciam o esporte, pois adversários desse nível, que se respeitam, fazendo um duelo de tamanha grandeza é capaz de conquistar qualquer um. Creio que o tênis, ao contrário da maioria dos outros esportes possui uma continuidade no alto nível, pois se alguns anos atrás tínhamos os americanos Pete Sampras, André Agassi, entre outros reinando nas quadras mundo afora, hoje temos Rafael Nadal, Roger Federer e Novak Djokovic, tenistas de um nível igual ou superior aos de qualquer outra época.
Me sinto um privilegiado por ter interesse e poder acompanhar uma partida entre esses dois tenistas.
Viva os grandes espetáculos!!!
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