Como de
costume, no mês de Dezembro diversos portais, sites especializados e blogs ao
redor do mundo começam a publicar as tradicionais listas de melhores discos
lançados no ano. Aqui no Ideologia não é diferente, começamos com a listagem no
ano passado e esse ano vamos para a segunda lista.
2013 foi
outro ótimo ano para a música mundial, tivemos grandes lançamentos de bandas
que já eram aguardadas, gratas surpresas e ótima movimentação de festivais.
Tivemos novas edições de grandes festivais, como o Rock In Rio, que possui
maior atenção da mídia e reforça o nome dos dinossauros como Metallica, Iron
Maiden e Bon Jovi, mas também ‘apresenta’ ao público gente não tão nova, mas
não tão reconhecida no país, como John Mayer e Muse. O grande destaque do
festival foi o show de Bruce Springsteen que deu uma aula de rock e respeito
aos seus fãs, sendo sua apresentação no festival e no Espaço das Américas em
São Paulo, os grandes shows do país no ano.
O Lollapalooza
também teve mais uma edição com destaque para os shows de Queens of the Stone
Age, The Killers e Pearl Jam (que tive o prazer de testemunhar em loco), com
estrutura ainda questionável o festival parece ter fixado residência no Brasil,
já tendo confirmado a edição de 2014.
Claro que
com a falta de tempo e correria do dia-a-dia não chegamos nem perto de ouvir
tudo que temos vontade, mas através dessas listas podemos ter acesso a bandas
que nunca saberíamos existir e até mesmo lançamentos que por um ou outro motivo
deixamos passar batido.
Tenho
observado que essas listas se assemelham a relação do técnico com uma seleção
de futebol, explico: Nem sempre entram os melhores, mas sim os preferidos do
treinador, que tem seus gostos pessoais e nem sempre consegue assistir a todos
os jogadores que gostaria.
Bom, chega
de enrolação, aí vai a minha lista:
Franz Ferdinand – Right Thoughts, Right Words, Right
Action
Nunca botei
muita fé no Franz Ferdinand, achava uma banda legalzinha, de um ou outro single
bacana, mas nada além disso. Porém quando ouvi “Right Thoughts...” fui obrigado
a mudar meus conceitos. Os caras fizeram um disco certeiro, com acenos ao pop e
ao rock, com belas melodias (na sua maioria dançantes) com a pegada sarcástica
típica das composições dos escoceses. Eu poderia dar uma de cool e escolher
qualquer outro disco como disco do ano, mas a verdade que o álbum que mais gostei
de ouvir em 2013 foi esse.
Daft Punk – Random Access Memories
Música pop
de altíssima qualidade, o Daft Punk soa genial nesse álbum, já candidato a
clássico. A dupla conseguiu juntar seus já tradicionais elementos eletrônicos à
melodias pop, nitidamente inspiradas na disco music, conseguindo soar de forma
mais orgânica, algo quase inimaginável para um artista rotulado como música
eletrônica. É talvez o melhor disco pop dos anos 2000. Impossível não viciar em
“Get Lucky” e “Loose Yourself to Dance”.
Vespas
Mandarinas – Animal Nacional
A muito
tempo não se via uma banda de rock nacional sem medo de soar pop e radiofônica
como o Vespas Mandarinas. A banda buscou referências do próprio rock nacional
dos anos oitenta e noventa e gravou um puta disco, cheio de identidade e
composições interessantes. Se houvesse mais uma ou duas bandas com a disposição
e talento das Vespas talvez o rock não tivesse cada vez mais perdendo espaço pra
outros estilos no nosso país.
Pearl Jam –
Lightning Bolt
Apesar de
veteranos, os caras não demonstraram nenhum sinal de cansaço nesse disco cheio
de energia e influências diversas, flertando com blues, folk e country, mas
sempre com a veia roqueira aflorada. “Gettaway” e “Lightning Bolt” são duas das
melhores canções que a banda já gravou.
Queens Of The Stone Age - ...Like Clockwork
Josh Homme é
um dos caras mais talentosos e originais do rock atual e junto com sua banda e
diversos convidados (entre eles Alex Turner, Dave Grohl e Elton John) entregou
outra joia na já brilhante discografia da banda. Baseado numa experiência de
quase morte sofrida por Josh, as composições são mais densas e adultas, porém
sem deixar de lado a pegada stoner como nas excelentes “If I Had A Tail” e “I
Sat By The Ocean”.
David Bowie – The Next Day
O gênio do
pop devia um grande álbum às novas gerações. Após “The Next Day” não deve mais.
Grande disco, que esbanja simplicidade, dando atenção a cada detalhe da
melodia, transformando canções pop em verdadeiras obras de arte, exemplo claro disso é o single "The Stars (Are Out Tonight)". Coisa de quem
sabe das coisas!
Paul McCartney
– New
Outro gênio
da música pop que assim como David Bowie lançou seu álbum sem fazer muito
alarde e entregou um álbum sensacional. Com canções pop sob medida,
satisfazendo desde os órfãos dos Beatles até fãs da carreira solo do cara.
Mostrou também que está antenado, no auge dos 71 anos, trazendo novas
influências, como eletrônico e indie rock. Valeu Paul!!!
Arctic
Monkeys – AM
Eles
apareceram no começo dos anos 2000 como garotos britânicos espinhudos
queridinhos da mídia especializada, desbancando recordes de dinossauros do
porte do Oasis, porém mostraram que o amadurecimento fez muito bem ao som da banda.
Com um som mais potente, ora denso, ora enérgico, os caras chegam a flertar com
stoner rock. É a afirmação da banda como um dos grandes nomes do rock atual,
ouça “Why’d You Only Call Me When You’re High” e confirme.
The Winery Dogs – The Winery Dogs
Hard rock do
bom. Dosando peso e melodia o supergrupo encabeçado por Ritchie Kotzen mostrou
que tem bala na agulha pra ir além de um simples projeto paralelo. Cruzamento
entre rock clássico e contemporâneo na medida certa.
Kings Of
Leon – Mechanical Bull
Eles
surgiram como cowboys indies e viraram os queridinhos das adolescentes. Ao que
parece eles conseguiram fundir os dois momentos da carreira, lançando um álbum
consistente, com southern rock, country, rock de arena e baladas.
O que achou
da lista? Concorda? Discorda? Ouviu coisas mais alternativas? Comenta aí,
ficarei atento às dicas.
David Oaski
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