quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

OS MELHORES DISCOS DE 2013 - IDEOLOGIA ROCK


Como de costume, no mês de Dezembro diversos portais, sites especializados e blogs ao redor do mundo começam a publicar as tradicionais listas de melhores discos lançados no ano. Aqui no Ideologia não é diferente, começamos com a listagem no ano passado e esse ano vamos para a segunda lista.

2013 foi outro ótimo ano para a música mundial, tivemos grandes lançamentos de bandas que já eram aguardadas, gratas surpresas e ótima movimentação de festivais. Tivemos novas edições de grandes festivais, como o Rock In Rio, que possui maior atenção da mídia e reforça o nome dos dinossauros como Metallica, Iron Maiden e Bon Jovi, mas também ‘apresenta’ ao público gente não tão nova, mas não tão reconhecida no país, como John Mayer e Muse. O grande destaque do festival foi o show de Bruce Springsteen que deu uma aula de rock e respeito aos seus fãs, sendo sua apresentação no festival e no Espaço das Américas em São Paulo, os grandes shows do país no ano.

O Lollapalooza também teve mais uma edição com destaque para os shows de Queens of the Stone Age, The Killers e Pearl Jam (que tive o prazer de testemunhar em loco), com estrutura ainda questionável o festival parece ter fixado residência no Brasil, já tendo confirmado a edição de 2014.

Claro que com a falta de tempo e correria do dia-a-dia não chegamos nem perto de ouvir tudo que temos vontade, mas através dessas listas podemos ter acesso a bandas que nunca saberíamos existir e até mesmo lançamentos que por um ou outro motivo deixamos passar batido.

Tenho observado que essas listas se assemelham a relação do técnico com uma seleção de futebol, explico: Nem sempre entram os melhores, mas sim os preferidos do treinador, que tem seus gostos pessoais e nem sempre consegue assistir a todos os jogadores que gostaria.

Bom, chega de enrolação, aí vai a minha lista:




Franz Ferdinand – Right Thoughts, Right Words, Right Action
Nunca botei muita fé no Franz Ferdinand, achava uma banda legalzinha, de um ou outro single bacana, mas nada além disso. Porém quando ouvi “Right Thoughts...” fui obrigado a mudar meus conceitos. Os caras fizeram um disco certeiro, com acenos ao pop e ao rock, com belas melodias (na sua maioria dançantes) com a pegada sarcástica típica das composições dos escoceses. Eu poderia dar uma de cool e escolher qualquer outro disco como disco do ano, mas a verdade que o álbum que mais gostei de ouvir em 2013 foi esse.





Daft Punk – Random Access Memories
Música pop de altíssima qualidade, o Daft Punk soa genial nesse álbum, já candidato a clássico. A dupla conseguiu juntar seus já tradicionais elementos eletrônicos à melodias pop, nitidamente inspiradas na disco music, conseguindo soar de forma mais orgânica, algo quase inimaginável para um artista rotulado como música eletrônica. É talvez o melhor disco pop dos anos 2000. Impossível não viciar em “Get Lucky” e “Loose Yourself to Dance”.



Vespas Mandarinas – Animal Nacional
A muito tempo não se via uma banda de rock nacional sem medo de soar pop e radiofônica como o Vespas Mandarinas. A banda buscou referências do próprio rock nacional dos anos oitenta e noventa e gravou um puta disco, cheio de identidade e composições interessantes. Se houvesse mais uma ou duas bandas com a disposição e talento das Vespas talvez o rock não tivesse cada vez mais perdendo espaço pra outros estilos no nosso país.



Pearl Jam – Lightning Bolt
Apesar de veteranos, os caras não demonstraram nenhum sinal de cansaço nesse disco cheio de energia e influências diversas, flertando com blues, folk e country, mas sempre com a veia roqueira aflorada. “Gettaway” e “Lightning Bolt” são duas das melhores canções que a banda já gravou.



Queens Of The Stone Age - ...Like Clockwork
Josh Homme é um dos caras mais talentosos e originais do rock atual e junto com sua banda e diversos convidados (entre eles Alex Turner, Dave Grohl e Elton John) entregou outra joia na já brilhante discografia da banda. Baseado numa experiência de quase morte sofrida por Josh, as composições são mais densas e adultas, porém sem deixar de lado a pegada stoner como nas excelentes “If I Had A Tail” e “I Sat By The Ocean”.



David Bowie – The Next Day
O gênio do pop devia um grande álbum às novas gerações. Após “The Next Day” não deve mais. Grande disco, que esbanja simplicidade, dando atenção a cada detalhe da melodia, transformando canções pop em verdadeiras obras de arte, exemplo claro disso é o single "The Stars (Are Out Tonight)". Coisa de quem sabe das coisas!






Paul McCartney – New
Outro gênio da música pop que assim como David Bowie lançou seu álbum sem fazer muito alarde e entregou um álbum sensacional. Com canções pop sob medida, satisfazendo desde os órfãos dos Beatles até fãs da carreira solo do cara. Mostrou também que está antenado, no auge dos 71 anos, trazendo novas influências, como eletrônico e indie rock. Valeu Paul!!!



Arctic Monkeys – AM
Eles apareceram no começo dos anos 2000 como garotos britânicos espinhudos queridinhos da mídia especializada, desbancando recordes de dinossauros do porte do Oasis, porém mostraram que o amadurecimento fez muito bem ao som da banda. Com um som mais potente, ora denso, ora enérgico, os caras chegam a flertar com stoner rock. É a afirmação da banda como um dos grandes nomes do rock atual, ouça “Why’d You Only Call Me When You’re High” e confirme.



The Winery Dogs – The Winery Dogs
Hard rock do bom. Dosando peso e melodia o supergrupo encabeçado por Ritchie Kotzen mostrou que tem bala na agulha pra ir além de um simples projeto paralelo. Cruzamento entre rock clássico e contemporâneo na medida certa.



Kings Of Leon – Mechanical Bull
Eles surgiram como cowboys indies e viraram os queridinhos das adolescentes. Ao que parece eles conseguiram fundir os dois momentos da carreira, lançando um álbum consistente, com southern rock, country, rock de arena e baladas.

O que achou da lista? Concorda? Discorda? Ouviu coisas mais alternativas? Comenta aí, ficarei atento às dicas.


David Oaski




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