Nota: 8,0
O The Winery Dogs é o chamado supergrupo, um power trio em
que todos integrantes têm uma trajetória respeitável dentro do rock.
O baterista Mike Portnoy já tocou com Avenged Sevenfold,
Adrenaline Mob e é um dos fundadores do Dream Theater; o guitarrista e
vocalista Richie Kotzen tem uma estável carreira solo, além de ter tocado em
bandas como Poison e Mr. Big; e o baixista Billy Sheehan já tocou nas bandas de
apoio de David Lee Roth e Steve Vai.
Logo da banda |
Apesar da ótima técnica e talento dos músicos, a desconfiança
era equivalente à curiosidade da crítica e do público. Será que a química
fluiria? A banda seria um projeto sério ou somente um caça níquel? A resposta
veio com o excelente disco de estreia, homônimo, lançado em Julho deste ano.
São 13 faixas de um hard rock feroz, com claras influências de classic rock e
grunge.
De cara , me surpreendi positivamente com a semelhança do
timbre de voz de Kotzen com o de Chris Cornell (Soundgarden e ex-Audioslave),
só que com menos habilidade vocal e mais raivoso, de qualquer forma, uma ótima
referência, já que o cantor de Seattle é um dos melhores, senão o melhor
vocalista do rock na atualidade.
Kotzen - grande guitarrista e ótimo cantor |
O disco segue a fórmula clássica e certeira do hard rock, com
ótimos riffs, solos inspirados, refrãos marcantes e tudo de melhor que o estilo
proporciona. Com uma variação entre peso, groove, agressividade e baladas, as
melodias inevitavelmente orbitam pela onipresente guitarra de Kotzen, que faz
um trabalho brilhante. A cozinha não fica atrás com os não menos talentosos e
experientes Portnoy e Sheehan, que seguram a bronca para o frontman esmerilhar
seu instrumento.
O álbum abre com a urgente e pesada “Elevate”, que dá o tom
do que segue, com grandes canções de rock, como “We Are One”, que possui
cadência mais arrastada, com destaque para o baixo de Billy; “The Other Side” é
a prova de como o power trio está afiado e a química fluiu perfeitamente entre
os membros, com andamento arrastado no final da canção, com belo solo de guitarra.
“Not Hopeless” é um hard pesado, que lembra os melhores momentos do Velvet
Revolver, com linhas de guitarra incríveis e outro ótimo solo; “One More Time”
e “Criminal” têm a pegada do rock clássico dos anos 70, a primeira com ares de
Deep Purple e Led Zeppelin e a segunda com um swing que lembra o Bad Company.
Power trio de primeira |
“Six Feet Deeper” é outro hard robusto, em que tudo se
encaixa perfeitamente: cozinha, guitarra, vocais, ainda restando espaço para
Portnoy dar uma amostra da sua técnica e seu talento antes do solo de guitarra.
Há também a enérgica e sensual “Desire”, que fecha o disco em grande estilo.
Os cachorros no palco |
Um destaque a parte no álbum são as excelentes baladas, cinco
faixas, todas com temas confessionais e melancólicos, especialidade de Richie.
“I’m No Angel” é cantada num timbre mais ameno num dos pontos altos do disco,
além de ter um belo solo (redundância no disco), é radiofônica. “You Saved Me”
é outra linda canção, com letra que fala sobre como o amor de uma mulher pode
salvar a vida de um cara. Já “Damaged” é outra balada melancólica que poderia
estar num dos álbuns do Audioslave, com um belo solo, por outro lado, “The
Dying” tem um clima pop, com teclados e violão, refrão marcante e voz rouca de
Kotzen dando o clima que a canção pede. “Regret” possui pegada blues, com
pianos e uma letra ressentida de um relacionamento que se perde.
Confesso que conhecia pouco do trabalho dos três integrantes
do grupo, mas tive uma grata surpresa ao obter contato com o som do The Winery
Dogs, pois além da postura comedida dos integrantes, sem maiores
extravagâncias, eles fazem um som cru e potente, com energia equivalente aos
grandes nomes do hard rock mundial.
Trata-se de um dos grandes álbuns lançados em 2013 até agora
e certamente será presença carimbada nas listas de principais lançamentos do
ano.
David Oaski
Comparar as músicas desse grupo com Audioslave e Velvet Revolver é de sair sangue dos olhos!
ResponderExcluirE outro erro é que pra realmente entender o trabalho espetacular feito nesse album, você teria que conhecer a carreira dos integrantes da banda. Falar que Kotzen tem menos habilidade vocal do que o Chris Cornell é de amargar!
Kotzen está em outro patamar amigo !!....É um talento ímpar !!! ....Técnicas vocal e instrumental que se vê a cada 100 anos e olhe lá !!..Talvez por empresário, oportunidade ou, até mesmo, escolha pessoal, Kotzen não é um "superpop"....Excelente Power Trio !!..Sincero e honesto no som deles e que há muito esperávamos ver no cenário do ROCK AND ROLL mundial neo moderno sec 21!!...
ResponderExcluirKotzen resgatou com o Winerys Dogs aquela "puta" vontade que tínhamos, no começo dos anos 80, de sermos os próximos Van Halen, Clapton, Knofler de tantos outros guitar heros dessa fase....!!!
Excluir