O Spotify é um dos aplicativos de streaming de música que vem
modificando a forma de consumo musical nos últimos anos ao lado do Deezer,
Rdio, entre outras plataformas.
Lançado em 2008 por uma startup sueca, o serviço ascendeu ao
longo dos anos, conquistando mercados e moldando seus pacotes, alcançando hoje
em dia dezenas de países, totalizando em junho de 2015, 75 milhões de usuários
ativos, sendo 20 milhões pagos, além de disponibilizar no seu acervo cerca de
30 milhões de músicas, com acordo firmado com as principais gravadoras e majors
do mundo, como BBC, Sony, EMI, Warner, Universal, entre outras.
Eu já ouvia falar nessas plataformas a algum tempo, porém sem
dar muita bola, precisou um amigo me indicar o serviço para que eu me
dispusesse a instalar a versão grátis do aplicativo para Android no meu
celular.
Já de cara me senti Rob Fleming, de “Alta Fidelidade” ao me
deparar com inúmeras playlists de estilos variados e acervo gigante de álbuns
de bandas grandes e alternativas, nacionais e gringas.
Em poucos dias resolvi testar a versão premium e rapidamente
me convenci do quanto valia a pena a assinatura em definitivo. A mensalidade
custa em torno de R$ 15,00 por mês e pode ser pago via cartão de crédito.
Em resumo, no Spotify você ouve a música que quiser das
milhões disponíveis na biblioteca deles. Cada artista tem sua página e você
pode escolher através do álbum, das faixas mais populares, além de acessar os
artistas relacionados. Até aí você pode questionar qual a diferença de acessar
por exemplo o Youtube ou mesmo de baixar as músicas de forma gratuita na
Internet; aí é que está: no Spotify as músicas possuem qualidade sonora e o
grande diferencial pra quem é apaixonado por música, você tem acesso à milhares
de playlists de estilos e temas variados que são elaboradas pela própria equipe
do Spotify ou por outros usuários, além é claro, de criar suas próprias
playlists, exercício delicioso para quem estava com saudade de gravar em K7 aquela
sequencia matadora de canções que marcaram sua vida.
Outra opção que se destaca no Spotify é a de permitir salvar
as músicas para audição no modo off-line, ou seja, você pode baixar as músicas
em arquivo cachê e ouvi-las mesmo sem estar conectado a uma rede estável de
Internet.
Pra quem não conhece, essa é uma fita K7 |
Vale destacar que são raras as ausências que notei no serviço
(e olha que eu fuço), temos apenas um álbum dos Beatles – que sabemos que os
direitos autorais são problemáticos -, não temos nada do Planet Hemp e um ou
outro álbum cujo o artista ou gravadora não tenha liberado para streaming,
nesses casos notei ausência dos álbuns “Heathen Chemistry”, do Oasis e “Mondo
Cane”, do Lulu Santos, por exemplo.
O Spotify surge numa fase de transição da indústria fonográfica
e da forma do consumo por parte do público e, apesar de ainda ser tema de
discussão a melhor forma de remunerar os artistas, pois parece que as
gravadoras não repassam a verba que o Spotify disponibiliza para os artistas,
ainda assim o CEO da empresa Daniel Ek chegou a afirmar que paga cerca de 2
bilhões de dólares anuais de direitos autorais. Apesar da quantia absurda
alguns artistas ainda se opõem ao serviço, como a Taylor Swift, outros tem o pé
atrás, como o Black Keys, outros apoiam totalmente a plataforma, caso do Dave Grohl,
mas o fato é que todos parecem estar pisando em ovos, tentando entender a cara
desse monstro cheio de entranhas modernosas que se tornou o mercado musical.
Seja como for, o serviço moderniza gestos de criar mixtapes e
ir à loja de discos ou até mesmo ouvir rádio. Se você se permitir por a
nostalgia de lado ficará maravilhado com a experiência de usar o Spotify.
David Oaski